Num discurso a partir da Casa Branca, Donald Trump defendeu que o sistema de imigração norte-americano "tem sido maltratado ao longo da história. Estamos agora a viver as consequências disso, e são trágicas".
"Eu prometo resolver esta crise. O nosso sistema de imigração deve ser o nosso motivo de orgulho", acrescentou, salientando que "é tempo de reclamar o nosso futuro" e lembrando que "os problemas podem ser resolvidos se tivermos a coragem política para fazer o que é certo".
Numa tentativa de desbloquear o ‘shutdown’ (encerramento dos serviços do governo federal) que já dura há cerca de um mês, Donald Trump propôs alargar a proteção aos jovens imigrantes ilegais que entraram no país quando crianças, em troca de 5,7 mil milhões de dólares para construir o muro, mas os democratas rejeitaram a proposta.
Em declarações na Casa Branca, em Washington, Donald Trump disse que estava a oferecer um "compromisso de senso comum que ambas as partes deveriam adotar".
"Estou aqui para quebrar o impasse e propor ao Congresso um caminho para acabar com a paralisação do governo [shutdown] e resolver a crise na nossa Fronteira Sul. Se formos bem-sucedidos nesse esforço, teremos a melhor hipótese de uma reforma real da imigração bipartidária”, disse.
A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, já reagira entretanto à proposta de Trump e diz que, apesar da esperança que os democratas tinham em relação ao discurso do presidente, "infelizmente, a sua proposta é uma uma compilação de várias iniciativas anteriormente rejeitadas, cada uma das quais inaceitáveis".
Trump adiantou que iria alargar a proteção para jovens levados para o país ilegalmente quando crianças, bem como para aqueles com estatuto de proteção temporária que fugiram de países afetados por desastres naturais ou violência.
Os democratas criticaram a proposta defendendo que esta não é uma solução permanente para os imigrantes e porque inclui dinheiro para o muro ao longo da fronteira entre os EUA e o México, a que o partido se opõe fortemente.
Este sábado, através da rede social Twitter, Donald Trump escreveu que o México "não estava a fazer nada" para travar a caravana de migrantes que se desloca para os Estados Unidos e defende que, apesar de terem sido paradas as duas últimas que tentaram entrar no país, a tarefa "não é fácil" para os agentes que estão na fronteira.
A Casa Branca partilhou hoje uma mensagem em que o Presidente dos Estados Unidos refere a necessidade de união dos americanos. Trump fala em "amor, lealdade, amizade e afeto" e exalta que é necessário "olhar para o outro, cuidar uns dos outros", tendo em vista "o interesse da nação e de todos os cidadãos que aqui vivem". Acrescenta ainda: "Somos todos iguais".
Recorde-se que o Governo norte-americano está em encerramento parcial devido ao "braço de ferro" entre Donald Trump, que defende a obtenção de financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México, e a oposição dos democratas relativamente a esta decisão.
O impacto das cerca de quatro semanas de ‘shutdown’ está a ser sentido em todo o país.
Cerca de 800 mil funcionários públicos não receberam salário, o que aumentou as ansiedades relativas ao pagamento de crédito imobiliário e outras contas, e metade deles não está a trabalhar, o que provocou o encerramento de vários serviços governamentais.
Donald Trump e Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Representantes, encontram-se envolvidos num impasse, com o Presidente a recusar assinar o orçamento de diversas agências federais enquanto o Congresso não aprovar o financiamento de um muro ao longo de toda a fronteira com o México, com um valor estimado de 5,7 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).
Trump tinha anteriormente assegurado que não reabria o governo enquanto não tivesse o dinheiro para o muro.
(Com agência Lusa)
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