A noite parecia prever uma vitória de Hillary, de acordo com todas as sondagens publicadas ao longo dos últimos dias. O facto é que os primeiros resultados acabaram por não mostrar a clara vantagem que se previa, e o avançar da hora obrigou os apoiantes ex-secretária de Estado a enfrentar a dura realidade.
O começo da noite foi marcado por uma dúvida: Para que lado iria pender a Florida? Os 29 votos do estado do sul acabaram por proporcionar longas horas de indecisão - lembrando a corrida de Al Gore e Bush em 2000 -, que se resumiram numa vitória de Donald Trump.
Acontece que estes 29 votos no congresso eleitoral acabaram por se revelar fundamentais para decidir quem seria o próximo presidente dos Estados Unidos. Um candidato precisa de 270 votos eleitorais (de um total de 538) para garantir a eleição. Trump conseguiu e segue já com 289, uma vitória segura.
As primárias no estado do Ohio foram um prenuncio do desaire de Hillary, mantendo a tradição. Desde 1964 que quem ganha o Ohio chega à presidência dos Estados Unidos da América. Hillary não conseguiu, Trump ficou com o estado e, de facto, é ele quem vai assumir a liderança dos EUA em janeiro.
Além do próximo presidente, mais de 200 milhões de eleitores escolheram todos os 435 deputados da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) e 34 dos 100 membros do Senado (câmara alta do Congresso). E atribuíram ao Partido Republicano a maioria dos lugares, o que faz com que Trump tenha o caminho aberto para uma governação sem grandes entraves legislativos.
As bolsas reagiram no vermelho e o preço do petróleo caiu. O preço da moeda mexicana, o peso, atingiu o valor mais baixo de sempre.
Trump é o novo rosto dos Estados Unidos e tem agora a difícil tarefa de unir um país divido. No discurso desta manhã, o empresário agradeceu ao país e prometeu ser o presidente de todos os americanos. Hillary deu os parabéns a Trump por telefone, mas acabou por não aparecer em público para reconhecer os resultados da eleição.
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