Rita Viola, médica interna de Medicina Geral e Familiar, explicou ao SAPO24 que a resposta a esta questão “deve considerar diversos fatores – qual o tipo de antibiótico, motivo da prescrição e esquema da toma, qual o estado clínico do doente e qual a quantidade de álcool consumida”. No entanto, reconhece que é possível afirmar que “para a maior parte dos tratamentos com antibiótico não é prejudicial o consumo moderado de bebidas alcoólicas”.

Ainda assim, lembra que a maior parte das situações em que os antibióticos são utilizados “desaconselham o consumo de álcool”, como é o caso do “tratamento de infeções agudas”.

O consumo de álcool, “mesmo em doses baixas”, deve ser então evitado quando se está sob o tratamento de certos antibióticos, ou no caso de o doente ser diagnosticado com “doenças de base que o contraindicam".

Os resultados da toma incorreta desta medicação e da respetiva mistura com substâncias sedativas, como é o caso do álcool, “podem levar a diversos quadros clínicos, potencialmente graves, dependendo do fármaco, do doente e da quantidade de álcool consumida”. Rita Viola dá o exemplo da “interação com as benzodiazepinas, como o diazepam ou o alprazolam”, (fármacos tranquilizantes), “que aumenta o risco de sedação e de overdose”.

Outra das consequências da interação entre alguns fármacos e o álcool é “a lesão do fígado, que pode ser aguda e grave”. Neste cenário, a possibilidade de “redução da ação dos medicamentos” é também maior, “principalmente quando falamos de medicamentos metabolizados no fígado pelas mesmas vias enzimáticas que o álcool”.

“O consumo de bebidas alcoólicas pode ainda exacerbar os efeitos secundários dos antibióticos ou de outros medicamentos, por exemplo, efeitos secundários gastrointestinais”, refere.

Para aqueles que mantêm a dúvida, “devem questionar sempre o médico prescritor acerca dos potenciais riscos do consumo de álcool aquando da toma do antibiótico”, reforça. Além disso, “poderá consultar o folheto informativo do medicamento”, sem que isso substitua a conversa com o especialista.

*Editado por Ana Maria Pimentel