O PSD divulgou, em comunicado, a lista dos deputados que "figuram na lista" de 50 deputados enviada por Ferro Rodrigues, na sexta-feira, ao primeiro-ministro, António Costa, mas que "entendem que, com este enquadramento, não devem ser vacinados", sem avançar com mais explicações.
Essa lista inclui, além de Rui Rio, o líder parlamentar, Adão Silva, Luís Marques Guedes, presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, e também os deputados Firmino Marques, Pedro Roque, Paulo Rios de Oliveira, José Silvano, Helga Correia, Afonso Oliveira, André Coelho Lima, Clara Marques Mendes e Isaura Morais.
O parlamento indicou 50 deputados para o processo de vacinação contra a covid-19, comunicou na sexta-feira o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, numa carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa.
Fonte parlamentar disse à agência Lusa que entre os 50 deputados, num total de 230, estão o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, deputados do PS, PSD, PCP, PEV e uma das duas deputadas não inscritas.
Neste grupo de 50 deputados, de acordo com a mesma fonte, está pelo menos um dos quatro vice-presidentes da Assembleia da República António Filipe (PCP), não constando entre eles José Manuel Pureza (Bloco de Esquerda), que prescindiu de ser vacinado nesta fase.
Na quarta-feira, o presidente do PSD pediu “equilíbrio” e “bom senso” na definição dos políticos que serão vacinados de forma prioritária, e disse que aceitará a vacina se existir um “consenso”, apesar de não se considerar um caso “nevrálgico”.
“A minha posição é fácil, para quem me conhece e está atento: eu discordo completamente da demagogia de não vacinar político nenhum", afirmou, no final de uma audiência com o Presidente sobre o estado de emergência, questionando qual é a vantagem para o país de ter vários ministros do Governo infetados.
Sobre o seu caso pessoal - o presidente do maior partido da oposição ocupa uma posição de destaque na lista do protocolo de Estado e deverá ser incluído no plano prioritário -, Rio disse não se considerar “um caso nevrálgico”, mas se tal for decidido por “consenso” não dirá que cede a sua vacina “só para fazer um brilharete”.
A vacinação dos titulares de cargos políticos não originou consenso no parlamento. Na sexta-feira, o PCP indicou ao presidente da Assembleia da República dois dos seus 10 deputados para a vacinação contra a covid-19, António Filipe e Ana Mesquita, pelos cargos essenciais que ocupam no funcionamento do parlamento.
Numa nota enviada à imprensa, o PCP lembra a sua posição sobre a matéria, considerando que "há órgãos do Estado cujas atribuições e competências específicas são relevantes no combate à epidemia" admitindo, por isso, a vacinação dos titulares desses órgãos "em função de critérios de saúde e das suas atribuições e competências específicas".
Já o Bloco de Esquerda defendeu que apenas deve ser dada prioridade ao presidente da Assembleia da República na vacinação contra a covid-19 e recusou que sejam vacinados os seus deputados.
Os titulares de órgãos de soberania, deputados da Assembleia da República, membros dos órgãos das regiões autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana, um processo iniciado pelo primeiro-ministro, que pediu os órgãos de soberania "prioridades para inoculução" em cada serviço.
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