Estas foram as primeiras declarações do maior acionista do grupo Altice, que falava numa ‘call’ com obrigacionistas via ‘online’. “Isso foi um choque e uma grande deceção para mim”, começou por dizer Patrick Drahi.
No centro das investigações está Armando Pereira, que fundou a Altice com o multimilionário franco-israelita-português Patrick Drahi, e que foi conselheiro do CEO e da Comissão Executiva da Altice France.
“Se essas alegações forem verdadeiras, sinto-me traído e enganado por um pequeno grupo de indivíduos, incluindo um de nossos colegas mais antigos”, acrescentou.
Patrick Drahi afirmou também que, na sequência da 'Operação Picoas', a empresa colocou "de imediato" 15 pessoas de licença em Portugal, França e Estados Unidos.
Após a 'Operação Picoas', que envolve o cofundador do grupo Armando Pereira, "colocámos de imediato 15 colaboradores de licença em Portugal, em França, e nos Estados Unidos", acrescentou o multimilionário franco-israelita-português, numa 'call' com obrigacionistas via 'online'.
"Pedimos a todos os nossos CEO [presidentes executivos] para implementar um número de medidas que inclui a suspensão de pagamentos e compras de entidades potencialmente implicadas na investigação judicial" e "fizemos ajustamentos nas nossas organizações locais" e para arranjar fornecedores alternativos para evitar "qualquer impacto significativo".
Em termos de impactos financeiros, "temos a expectativa que o nosso histórico financeiro não seja impactado", nem alterações na liquidez, nem no 'guidance' para a Altice International este ano.
Classificou de "desagradável" o facto de ver "a palavra corrupção ao lado do nome" do grupo Altice e "em muitos artigos de media ao lado" do seu nome.
"Note-se que o nosso grupo é a vítima e não o acusado", sublinhou.
A 'Operação Picoas', desencadeada em 13 de julho, levou a várias detenções – entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira –, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Desde 19 de julho, Ana Figueiredo passou a acumular o cargo de 'chairwoman' [presidente do Conselho de Administração] da Altice Portugal com o de presidente executiva (CEO), depois de Alexandre Fonseca ter suspendido as suas funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de 'chairman' em diversas filiais, entre as quais a da Altice Portugal, tal como o administrador da Altice Portugal João Zúquete da Silva, que tinha a área do património.
Também o genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit, responsável pela área de compras e imobiliário da Altice USA, está de licença.
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