Depois de resgatadas pela Polícia Judiciária (PJ) em Espanha, dez moedas romanas foram entregues ao Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, em Braga.
Em Vila Real, os deputados do PS já reivindicaram a guarda “deste tesouro” num museu da região e foi lançada também uma petição em defesa da ida das moedas romanas para o território, mais próximas do concelho de Alijó, onde foram achadas em 1958.
Questionada pela agência Lusa, a DRCN afirmou que o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa “tem um caráter regional, pelo que não esgota a sua ação na cidade de Braga”.
A direção regional, com sede em Vila Real, explicou que, através do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, recebeu, no dia 22 de janeiro, um conjunto de dez moedas romanas resgatadas em Espanha pela Polícia Judiciária.
“Dada a importância histórica do referido conjunto, nesse mesmo dia se iniciou o registo, inventário e entrada no laboratório de restauro do museu”, sublinhou.
A DRCN elencou ainda a “especialização temática e a necessária capacidade técnica para conservar e restaurar materiais arqueológicos” e sublinhou que este museu D. Diogo de Sousa “é uma reserva nacional de material arqueológico, com características específicas para a sua monitorização, salvaguarda e monitorização”.
No esclarecimento pedido pela agência Lusa, acrescentou que “não só está disponível para integrar o conjunto das dez moedas romanas na coleção” daquele museu, como se encontra “a estudar uma proposta de exposição permanente e fruição integral pelo público que, em devido tempo, será apresentada ao Ministério da Cultura”.
Em 1958, um trabalho agrícola trouxe à luz do dia um pote de barro com 63 moedas romanas junto ao santuário duriense da Nossa Senhora da Piedade, localizado em Sanfins do Douro, concelho de Alijó.
As moedas foram roubadas deste santuário em 1985. Entre elas encontrava-se uma peça única no mundo, um denário do Imperador Galba, que terá sido feita no ano 68 depois de Cristo e que estava a ser leiloada, em Espanha, quando foi resgatado pela PJ.
Os deputados do PS eleitos pelo distrito de Vila Real defenderam que a moeda deve ficar à guarda de uma unidade museológica do distrito de Vila Real, como o Museu de Numismática ou o Museu do Douro, localizados mais próximo de Alijó onde foi achada em 1958.
Através do Parlamento, Ascenso Simões e Francisco Rocha questionaram o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, sobre “os motivos e fundamentos” que levaram à escolha do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa para albergar o denário do Imperador Galba.
“Como é óbvio, são muitas as vozes, que de forma pública têm manifestado incompreensão por esta opção, uma vez que afasta o achado do seu local de origem’”, sustentaram os parlamentares, em comunicado.
Foi também lançada uma petição pública ‘online’, dirigida ao ministro, que reivindica o “depósito do tesouro” do santuário de Nossa Senhora da Piedade no Museu do Douro, “ficando assim na região de origem do achado, promovendo-se uma relação de proximidade entre a população local e o seu património”.
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