A nomeação do ex-primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia foi aprovada de forma unânime pelo Conselho de Administração da GAVI, numa reunião realizada em Genebra, de acordo com um comunicado da organização.

Durão Barroso iniciará funções como presidente do Conselho de Administração da GAVI em janeiro de 2021, substituindo a economista e antiga ministra das Finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, cujo mandato termina em dezembro deste ano. O cargo não é remunerado.

Ngozi Okonjo-Iweala já saudou, entretanto, o seu sucessor, considerando que deixa o cargo “em boas mãos”.

"Sei, contudo, que deixo o cargo em boas mãos. José é uma excelente escolha, com um historial na defesa do desenvolvimento, equidade e diversidade de género, e estou convencida que é a pessoa certa para conduzir a Gavi no seu próximo capítulo", afirma a antecessora de José Manuel Durão Barroso.

Atualmente, Durão Barroso é Chairman e diretor não-executivo da Goldman Sachs International, sediada em Londres.

Entre os fatores decisivos para a escolha de Durão Barroso, a Comissão de Investigação do Conselho destacou o seu “notável estatuto e experiência, o seu historial como líder, a sua vasta experiência na presidência de Instituições com múltiplos ‘stakeholders’ e o seu empenho na cooperação internacional”.

Em declarações citadas pelo comunicado da GAVI, Durão Barroso afirmou que, no momento da pior pandemia do último século, “o mundo precisa agora mais do que nunca da GAVI, tanto para assegurar que as vacinas covid-19 cheguem a todos os países, ricos e pobres, como para prosseguir com a sua missão principal de proteger centenas de milhões de pessoas contra doenças evitáveis".

O CEO da GAVI, Seth Berkley saúda, em comunicado, a experiência, “empenho e abordagem prática à cooperação internacional” de Durão Barroso, qualidades que, disse, “serão imensamente úteis à medida que a GAVI embarca no seu próximo período estratégico para melhorar a equidade das vacinas e não deixar ninguém para trás, bem como assumir novos desafios enquanto parceiro na resposta global à covid-19".

A GAVI é uma parceria público-privada que ajuda a vacinar metade das crianças do mundo contra algumas das doenças mais mortíferas. Desde a sua criação em 2000, a GAVI ajudou a imunizar mais de 760 milhões de crianças, evitando, assim, mais de 13 milhões de mortes, e reduzindo para metade a mortalidade infantil em 73 países em desenvolvimento.

A organização reúne governos tanto de países em desenvolvimento como de doadores, a Organização Mundial de Saúde, a UNICEF, o Banco Mundial, a indústria de vacinas, agências técnicas, a sociedade civil, a Fundação Bill & Melinda Gates e outros parceiros do setor privado.

Nos últimos anos, sob a liderança da nigeriana, a GAVI enfrentou com sucesso o surto de Ébola na República Democrática do Congo e contribuiu também para a luta contra a poliomielite em África.

Na Cimeira Mundial de Vacinas, em junho, conseguiu assegurar o montante histórico de 8,8 mil milhões de dólares em fundos.
Ainda de acordo com o comunicado, mais recentemente, a GAVI desempenhou um papel central na conceção da instalação COVAX, que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas covid-19, uma vez que estas estejam disponíveis.

O processo de seleção começou em outubro de 2019 e foi conduzido por uma Comissão de Investigação presidida pelo antigo vice-presidente do Conselho, Bill Roedy. Antes de tomar a decisão final, a Comissão envolveu 115 candidatos num vasto espetro de experiências e antecedentes.

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