Depois de se ter sentido mal durante as cerimónias de 11 de setembro, a ex-secretária de Estado, de 68 anos, teve de cancelar os eventos previstos para segunda e terça-feira, na Califórnia, encontrando-se de momento em repouso. "Obrigada a todos pelo vosso apoio. Sinto-me bem e a melhorar”, disse Hillary Clinton - a quem foi diagnosticada uma pneumonia - em comunicado, adiantando que está "ansiosa por regressar" à campanha.
Não existe uma regra definida para quando um candidato desiste da corrida à Casa Branca, sendo necessário analisar os regulamentos internos dos partidos para encontrar uma resposta, escreve a AFP.
Os estatutos do Partido Democrata preveem que seja "convocada uma reunião especial a pedido do presidente". Neste encontro do Comité Nacional deverá ser escolhido - e aprovado pela maioria dos presentes - um novo candidato. O cenário seria idêntico entre os republicanos, adianta a agência.
No caso de um eventual afastamento de Hillary Clinton, os especialistas avançam com três substitutos possíveis, sendo eles: Tim Kaine, braço direito de Clinton na corrida presidencial; Bernie Sanders, o principal concorrente de Hillary durante as primárias; e, por fim, o atual vice-presidente, Joe Biden.
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— RT America (@RT_America) 13 de setembro de 2016
Ainda assim, explica à AFP David Lublin, professor na American University de Washington, o Partido Democrata ”pode eleger qualquer pessoa" que satisfaça os critérios para se tornar presidente. "Estamos em território desconhecido", admite.
Jeanne Zaino, da Universidade de Iowa, opta em primeiro lugar Bernie Sanders - embora seja controverso dentro do partido - e só depois por Tim Kaine. "Os partidos mantiveram intencionalmente a imprecisão sobre o procedimento a ser seguido para não ficarem de mãos atadas e correrem o risco de ter um candidato que não lhes convenha", explicou Zaino à AFP.
No entanto, seria necessário que Hillary renunciasse à candidatura e os especialistas não acreditam que venha a acontecer.
"É difícil imaginar que o faça voluntariamente", considera Lublin, tendo em conta que é possível tratar a pneumonia. Além disso, o processo de designação de um novo candidato é tão longo que o partido não vai querer apressar qualquer tipo de decisão.
”Esta foi uma temporada eleitoral tão louca que já nada me surpreende, mas isto não acredito [substituição de candidato]”, explica Jeanne Zaino. "A menos que a sua saúde [de Clinton] esteja muito pior do que sabemos".
Há quem suspeite que a candidata sofre de algo mais grave do que uma pneumonia.
Na história recente dos Estados Unidos foi registado apenas um caso assim durante uma campanha presidencial: o senador democrata Thomas Eagleton (1929-2007), braço direito de George McGovern na corrida presidencial em 1972, foi obrigado a desistir depois de ser revelado que sofria de depressão.
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