Antes de mais, não se sinta sob escrutínio. É normal que não tenha comprado todos os presentes que quer (ou precisa de) dar a tempo da quadra natalícia. A vida é complicada, os imprevistos surgem e as filas nas grandes superfícies comerciais são capazes de fazer qualquer pessoa desesperar.

Por isso mesmo, fique sabendo que há alternativas. Muitas, até. Algumas talvez não conhecesse. Outras não tinha encarado como presentes de Natal. De bilhetes de teatro a caixas de picantes, eis aqui uma série de sugestões.

Viagens

Oferecer uma viagem é um gesto marcante, especialmente se não tomar parte nessa jornada, mas sim propiciá-la a outra pessoa. Contudo, é também altamente arriscado, sendo necessário adivinhar disponibilidades e/ou vontade (sim, convém). O melhor mesmo é então oferecer um vale para uma viagem e deixar a decisão para o destinatário.

A TAP, por exemplo, tem o Gift Voucher, uma modalidade em que pode oferecer um vale de 25, 50, 75 ou 150 euros para descontar numa viagem, tendo esta de ser marcada no prazo de um ano. A Ryanair oferece um programa parecido, mas permite oferecer valores até aos 800 euros e adicionar uma mensagem pessoal. Outra opção ainda é a app Skyhours, que permite oferecer horas de voo a alguém, custando cada hora 60 dólares (aproximadamente 54 euros). Aqui a vantagem está em permitir que a pessoa, com as horas que lhe foram concedidas, marcar voos (ou pagar a diferença) nas mais de 300 companhias aéreas que trabalham com esta startup.

Espetáculos

Se marcar viagens é demasiado dispendioso, também pode optar pela oferta de um bilhete para um concerto, uma peça de teatro ou até para a entrada de um museu. Tanto a Blueticket como a Ticketline permitem compras online para que consiga ter o bilhete impresso a tempo da consoada (de preferência dentro de um embrulho gigante para dar a entender que é um presente grande quando, na verdade, é bem melhor do que isso).

Outra hipótese, para concertos mais pequenos, é o website Unkind, especializado em merchandise de música e entretenimento.

Já direcionada especificamente para os residentes de Lisboa e arredores é a campanha de Natal do Teatro Nacional D. Maria II, que permite oferecer vales para duas, quatro ou seis peças de teatro. O número de peças abrangidas é limitado, mas ainda diverso, sendo que a campanha dura até 6 de janeiro e que a organização recomenda que troque os vouchers por bilhetes o mais cedo possível.

Refeições

No grande rol de atividades a fazer nos tempos livres, é provável que comer fora seja um dos que maior consenso reúne. Com mais ou menos dinheiro, grande parte das pessoas gosta de comer num restaurante de vez em quando, e é por isso que é uma aposta segura oferecer algo que propicie essas experiências.

Para começar, tem a subscrição do Zomato Gold, que oferece descontos em parceiros selecionados (na Grande Lisboa e no Porto) desta plataforma. Se não quer sequer que o recetor do presente saia de casa para comer, pode fazer uma marcação no serviço The Supper Stars, onde escolhe a hora da refeição, a data, o tema e até que preço quer ir. Eles tratam de tudo no conforto do lar. Já se o intuito é o de fazer alguém aprender a cozinhar, o mesmo serviço oferece workshops, tal como o Kiss The Cook.

Jornais e Revistas

Oferecer livros é sempre uma boa aposta, mas, a não ser que esteja a pensar dar ebooks ou deslocar-se a uma loja nos derradeiros momentos desta véspera de Natal, é provável que não consiga encomendá-los a tempo. Se o destinatário do presente gosta de ler, porque não então oferecer subscrições para alguns dos melhores jornais e revistas do mundo?

Tão afamada quanto antiga, a revista semanal de comentário político e cultural The New Yorker tem duas modalidades de oferta: 49.99 dólares (45.07 euros) pela subscrição anual digital e 159.99 dólares (144.23 euros) pela versão digital + papel. Em qualquer uma delas, recebe um saco de pano ao subscrever. O jornal The New York Times tem três modalidades de subscrição exclusivamente online, assim como o Quartz ou o website The Athletic, sendo este especializado em notícias e reportagens desportivas. Por fim, a revista de crítica literária e de comentário cultural London Review of Books não só está a oferecer uma campanha de subscrição, como também abriu agora todo o seu arquivo digital para consulta gratuita até dia 15 de janeiro. Um gostinho para futuros assinantes.

Subscription Boxes

Talvez revistas não seja bem o presente desejado, mas essa é só a ponta do iceberg do mundo das subscrições. Apesar de não terem (ainda, pelo menos) muita expressão em Portugal, “lá fora” as caixas de subscrição são um mercado em expansão, havendo cada vez mais e para todos os gostos. 

Se a pessoa em causa é fã de cadernos e material de estacionário apelativo, o Papergang envia caixas curadas por ilustradores todos os meses, mas se o intuito for o de provar vinhos de todo o mundo, o Nosy Wine Club envia três exemplares escolhidos por um especialista. Provando não haver fim no quão específicas estas caixas podem ser, há subscrições para fãs de picantes ou de jogos de enigmas, para obter produtos de beleza, livros ou até mesmo roupa íntima feminina. O conceito, no fundo, é o mesmo: ser maravilhado com uma embalagem de conteúdos desconhecidos que chega a casa pelo correio. No fundo, é ter um pequeno Natal todos os meses.

Espere pelo pós-Natal

Se nenhuma destas opções foi do seu agrado, tem uma de duas escolhas: ou compra o presente depois do Natal e aproveita os saldos para poupar algum dinheiro, ou oferece um cartão de oferta que permita ao destinatário fazer isso mesmo. Grande parte dos centros comerciais — os Alegro, os do grupo Sonae Sierra e os El Corte Inglès, por exemplo — já permitem comprar um cartão com um valor monetário por si escolhido para que o recetor possa comprar o que bem quiser na loja à sua escolha.

Um computador, ligação à Internet e está (quase tudo) feito. Tudo para que não seja o Grinch deste Natal.