"É uma grande honra estar aqui com todos os meus amigos - é incrível, nunca o esquecerei!", escreveu Trump no livro de assinaturas de Yad Vashem, o Museu do Holocausto de Israel.
O Museu de Yad Vashem recorda os milhões de judeus que morreram nos campos de concentração nazis durante a II Guerra Mundial (1939-1945). São apresentados documentos, fotografias e testemunhos de quem sobreviveu ao holocausto, funcionando como uma marca deste acontecimento da história do judaísmo.
Ao deixar uma mensagem, Trump seguiu a tradição de outros presidentes dos Estados Unidos, que também escreveram no livro. Contudo, há um grande contraste com as outras mensagens.
Em 2008, Obama deixou ali o seu testemunho. "Sinto-me agradecido a Yad Vashem e aos seus responsáveis pela sua extraordinária instituição. Num tempo de grande perigo e promessas, de guerra e progresso, agradecemos ter uma recordação tão poderosa de capacidade humana em criar tanto mal, mas também da nossa capacidade para nos levantarmos e ultrapassar uma tragédia e reconstruir o nosso mundo. Que aqui venham os nossos filhos e aprendam a história, para que se possam unir e proclamar 'nunca mais'. Recordemos aqueles que nos deixaram, não só como vítimas, mas também os que tiveram esperança, amaram e sonharam como nós e que se converteram em símbolos do espírito humano", cita o El País.
George W Bush também passou pelo museu e deixou uma mensagem muito mais breve, mas repleta de simbolismo: "Deus abençoe Israel".
Ao contrário destas mensagens, Trump escreveu num tom bastante descontraído, sem fazer qualquer referência ao significado do museu e à sua história. Além disso, as palavras de Trump podem ser interpretadas como uma questão de pouca sensibilidade relativamente a uma das maiores tragédias do século XX. Noutras situações, Trump também já tinha sido criticado a respeito desta temática. Alguns dias após a tomada de posse, a 20 de janeiro, uma polémica irrompeu quando Trump, por ocasião do Dia Mundial da Memória das Vítimas do Holocausto, difundiu um comunicado no qual não falava dos judeus. O presidente foi também criticado por ter reagido demasiado tarde a uma série de incidentes de caráter antissemita que ocorreram em vários pontos dos Estados Unidos.
Por outro lado, algumas críticas surgem no sentido do "fraco vocabulário" do presidente. O The Telegraph salienta o facto de Obama 'devorar' livros, enquanto Trump admite não ler e preferir ver televisão. Apesar disso, tem um livro publicado, "The Art of the Deal", em conjunto com o jornalista Tony Schwartz.
Depois de ter estado dois dias na Arábia Saudita, Trump esteve em Israel antes de seguir para Bruxelas, passando antes pelo Vaticano, onde se encontrou esta manhã com o Papa Francisco.
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