A sessão, de acordo com a BNP, conta com testemunhos de Ana Sousa Dias, Paula Mourão e Alberto Martins, e terá a presença do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, assim como do autor.
A nova edição, com um prefácio do escritor Mário Cláudio, chegou às livrarias no passado mês de março, celebrando os 50 anos da primeira edição, em novembro de 1967.
Em comunicado, as Publicações D. Quixote, que chancelam a obra, assinalaram então que este é “um livro singular na história da poesia portuguesa contemporânea, [que] foi, porventura, o livro mais cantado”. “Adriano Correia de Oliveira, entre outros, cantou alguns dos seus poemas e gravou, em 1969, um álbum intitulado, precisamente, ‘O Canto e as Armas'”.
“O livro de uma geração, mas também um livro que se prolongou no tempo, enquanto voz de esperança numa pátria livre e de denúncia da opressão política da ditadura salazarista, da guerra colonial, da emigração e do exílio, a que muitos portugueses, como o próprio poeta, foram condenados”, assinala o grupo editorial.
Num dos poemas que compõem a obra, “Poemarma”, o autor escreveu: “Que o Poema seja microfone e fale/ uma noite destas de repente às três e tal/ para que a lua estoire e o sono estale/ e a gente acorde finalmente em Portugal”, uma descrição que se aproxima do que foi o início do golpe militar que, a 25 de Abril de 1974, derrubou a ditadura liderada por Américo Thomaz e Marcello Caetano.
Segundo o escritor Urbano Tavares Rodrigues (1923-1913), nesta obra de Alegre encontra-se “a dignidade de Portugal que se levanta em palavras, sem um só inchaço de retórica balofa, antes com uma inventiva verbal constante, como achados em que o próprio fulgor conotativo ateia a emoção”.
Manuel Alegre, de 80 anos, recebeu, no ano passado, o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, e o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
É o único autor português incluído na antologia “Cent poèmes sur l’exil”, editada pela Liga dos Direitos Humanos, em França (1993). Em abril de 2010, a Universidade de Pádua, em Itália, inaugurou a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas.
Com um percurso de mais de 50 anos de escrita, Manuel Alegre tem recebido prémios literários nacionais e internacionais.
Em 1998, recebeu o Grande Prémio de Poesia da APE, pelo livro “Senhora das tempestades”, que lhe valeu também o da Crítica Literária, atribuído pela Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários.
No mesmo ano, recebeu o Prémio de Literatura Infantil António Botto, pelo título “As naus de verde pinho”.
Pelo conjunto da sua obra, foi distinguido com o Prémio Pessoa, em 1999, ano em que também recebeu o Prémio Fernando Namora, pelo romance “A terceira rosa”.
Em 2007, a Fundação Inês de Castro de Coimbra deu ao autor de “Praça da canção”, pela totalidade da sua obra, o Tributo Consagração e, no ano seguinte, a Fundação da Casa de Mateus atribuiu-lhe o Prémio D. Dinis, pelo livro “Doze Naus”.
O escritor recebeu, entre outras distinções, a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1989, a Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha, a Ordem do Mérito Nacional da Argélia, e é Grande-Oficial da Ordem Stella Della Solidarietá Italiana.
Tem também o 1.º Grau da Ordem de Amílcar Cabral, de Cabo Verde, e recebeu ainda as medalhas de Mérito do Conselho da Europa, de que é Membro Honorário, da cidade de Veneza e de Pádua, em Itália, e ainda as medalhas de ouro de Águeda, onde nasceu, e de Coimbra, onde estudou.
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