Depois de um primeiro dia com grande participação, a votação foi retomada sem grandes incidentes a nível nacional, com exceção de alguns atrasos na assembleia de voto do distrito de Shubra, no norte do Cairo, segundo o jornal Al Ahram, que cita informações da Autoridade Nacional egípcia Eleitoral.
As autoridades constataram que o primeiro dia de votação terminou sem problemas, apesar de algumas violações do processo denunciadas por observadores e membros das campanhas dos respetivos candidatos.
Os observadores adiantaram ainda que, em algumas escolas, o horário de encerramento das urnas foi adiado devido à elevada participação.
As eleições, inicialmente previstas para abril de 2024, foram antecipadas por decisão do Presidente, o que foi atribuído ao seu desejo de obter apoio popular nas urnas antes de aplicar um pacote de medidas de austeridade face à rápida deterioração da economia egípcia.
Espera-se que cerca de 67 milhões de pessoas – de um total de 105 milhões de habitantes do país africano – votem durante estes três dias, sendo que o escrutínio já foi concluído pelos egípcios que vivem no estrangeiro, cujos dias de ida às urnas decorreram entre 01 e 03 de dezembro.
Al-Sissi, o principal favorito, foi diretor dos serviços de Inteligência Militar entre 2010 e 2012, altura em que foi nomeado ministro da Defesa pelo então Presidente, o islamita Mohamed Mursi, que tinha vencido as primeiras eleições democráticas do país após a queda de Hosni Mubarak forçada pelas mobilizações da chamada Primavera Árabe.
A votação termina às 21:00 locais (19:00 em Lisboa) em cada dia e os resultados deverão ser anunciados em 18 de dezembro.
Al-Sissi tem como adversários Farid Zahran, líder do Partido Social Democrata Egípcio (PES), Abdel Sanad Yamama, presidente do Partido Wafd, e Hazem Omar, do Partido Popular Republicano (RPP).
Apesar das dificuldades do Egito, não parece provável a existência de uma oposição séria sob o regime de “mão-de-ferro” de Al-Sisi, o quinto presidente oriundo das fileiras do exército desde 1962, segundo a AFP.
Milhares de opositores foram presos e, embora o comité de perdão presidencial tenha libertado mil pessoas no espaço de um ano, “três vezes mais pessoas” foram presas no mesmo período, segundo as organizações não-governamentais (ONG) locais.
Longe de entusiasmar as multidões, a campanha presidencial decorreu em novembro marcada pela guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que monopoliza a atenção dos meios de comunicação social e da opinião pública.
O Egito tem uma fronteira com Gaza, o posto de Rafah na Península do Sinai, que tem sido usada para a entrada de alguma ajuda humanitária para os 2,3 milhões de residentes no enclave controlado pelo Hamas.
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