Em declarações à agência Lusa, Ilidiacolina Vera Cruz, presidente da Associação da Mulher de São Tomé e Príncipe em Portugal, expressou tristeza por não poder participar nas eleições, referindo que “dá a sensação” de que os imigrantes não fazem “parte da população de São Tomé e Príncipe”.

“Neste momento, eu vejo os nossos direitos cancelados”, salientou.

Ilidiacolina Vera Cruz, que vive em Portugal há 25 anos, admitiu que “seria muito bom” os imigrantes votarem para terem uma “voz na Assembleia”.

“Nós somos são-tomenses e queremos fazer valer os nossos direitos como cidadãos”, referiu.

A presidente da Associação da Mulher de São Tomé e Príncipe em Portugal espera que com as eleições haja “uma mudança conjunta”, uma vez que não se pode pôr a “responsabilidade só no Governo”.

“Temos que ter uma oposição mais ativa, atenta e que faça um trabalho com coerência, com responsabilidade e que pense na população”, defendeu.

A dirigente associativa elencou a saúde, a educação e o saneamento básico como as áreas a que o Governo deveria dar prioridade imediata.

“Olhar para a questão da imigração no próprio país, controlar o êxodo rural e também uma política de expansão para as zonas mais periféricas”, são outras das medidas defendidas por esta são-tomense, considerando ainda que é preciso "olhar para as riquezas do país e tentar potenciá-las”.

Também Cristiano Pinto, diretor da Associação de Promotores de Saúde Ambiente e Desenvolvimento Sociocultural (Prosaudesc), em Lisboa, manifestou “grande preocupação” por não poder dar o seu contributo nas eleições do seu país, frisando que “é no mínimo um desrespeito para com a diáspora”.

A viver em Portugal há 31 anos, Cristiano Pinto espera que de uma "forma consciente, clara e objetiva todos os intervenientes que vão participar nas eleições façam uma campanha esclarecedora para que os eleitores possam ter o seu direito, a sua opinião e fazer uma boa escolha".

O imigrante apelou para que os eleitores de São Tomé e Príncipe “não sejam eludidos com falsas promessas e bens materiais e que votem com consciência nos que acham que estão em melhores condições para alterar o estado das coisas e desenvolvimento de São Tomé e Príncipe”.

Também António Cadio, um são-tomense que veio para Portugal há 33 anos, lamentou não poder participar nas eleições: “Infelizmente ainda não nos foi concebido esse privilégio de podermos também escolher, o que na minha ótica é um fator que faz muita falta”.

O presidente da Associação da Comunidade de São Tomé e Príncipe em Portugal espera que se criem condições, em particular uma “melhor redistribuição dos círculos eleitorais em São Tomé e Príncipe”, que “deve ter uma reformulação” para que “todos os são-tomenses possam também votar”.

Mais de 90 mil eleitores são chamados a votar, no próximo domingo, nas legislativas, regional do Príncipe e autárquicas de São Tomé e Príncipe.

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