As decisões foram tomadas numa altura em que o candidato democrata, Joe Biden, se aproxima dos 270 votos no Colégio Eleitoral, necessários para ganhar a Casa Branca, e enquanto Donald Trump e a sua equipa se preparam para apresentar mais ações legais com base em alegadas fraudes eleitorais.

Segundo um advogado da campanha de Joe Biden, as ações judiciais sem resultados são mais uma estratégia política do que legal, noticia a agência AP.

“Quero realçar que, como propósitos, estas ações não precisam de ter sucesso. Esse não é o objetivo… É criar uma oportunidade para enviarem informações falsas sobre o que está a acontecer no processo eleitoral”, atirou Bob Bauer, que acusa a campanha de Trump de "continuamente alegar irregularidades, falhas no sistema e fraude sem qualquer fundamento”.

O advogado falava poucas horas antes de Donald Trump publicar na rede social Twitter: “Todos os recentes Estados reivindicados por Biden serão legalmente contestados por nós por fraude eleitoral e fraude eleitoral estatal. Muitas provas - basta verificar a comunicação social. Vamos ganhar! América First! [em português, América em primeiro lugar]”.

O presidente dos Estados Unidos está habituado a processar e a ser processado.

Segundo uma análise do jornal USA Today, quer o republicano, quer as suas empresas, estiveram envolvidos em pelo menos 3.500 ações judiciais estatais e federais nas três décadas anteriores à usa presidência.

As batalhas judiciais durante as eleições presidenciais tem sido um esforço em pequena escala para examinar de forma mais próxima os funcionários eleitorais locais enquanto estes processam os boletins de voto por utilizar.

Na Geórgia, um juiz indeferiu uma ação que manifestava preocupações com 53 boletins de voto no condado de Chatham, após as autoridades eleitorais terem testemunhado que todos esses votos tinham sido recebido a tempo.

Já no Michigan, a ação judicial que solicitava a paragem da contagem dos votos no estado foi negada. Foi considerado não existirem provas sobre as alegações de falta de delegados eleitorais no local e, além disso, os votos já teriam sido contados.

Mais tarde, no estado do Pensilvânia, um juiz federal negou à campanha de Donald Trump o processo movido para parar a contagem de votos em Filadélfia, onde ainda falta contar 11% dos boletins.

Neste mesmo estado, porém, a campanha de Trump já tinha ganho uma ação judicial, mas esta apenas apelava para que os observadores do partido e das eleições se aproximassem dos trabalhadores eleitorais que estão a processar os votos por correio em Filadélfia.

Mas esta ação não afetou a contagem de votos que já estava em andamento na Pensilvânia e em outros lugares, visto que as autoridades eleitorais estão a lidar com um grande número de votos por correio, motivado pelo medo de votar presencialmente devido à pandemia.

Enquanto Joe Biden apela à calma e pede que todos os votos sejam contados, a campanha de Trump acusa os democratas de tentarem roubar a eleição, embora não haja evidências de que algo esteja a acontecer.

O diretor de campanha de Donald Trump, Bill Stepien, disse em declarações aos jornalistas na manhã de quinta-feira que “todas as noites novos votos “são misteriosamente encontrados em sacos”.

O porta-voz da campanha de Trump, Jason Miller, acrescentou que mais ações legais são esperadas e terão como objetivo permitir aos oficiais de campanha o acesso aos locais onde os votos estão a ser contados.

A campanha do republicano já anunciou que irá pedir uma recontagem dos votos em Wisconsin, relatando “irregularidades”, sem fornecer mais detalhes.

Biden soma, de acordo com as projeções dos meios de comunicação locais, 264 delegados no Colégio Eleitoral ficando a pouco de conseguir os 270 super eleitores necessários para ganhar a Casa Branca.

De acordo com os mesmos dados, Donald Trump soma 214 delegados do Colégio Eleitoral.