Estas eleições são as segundas na história do país em que o governo conclui um mandato completo e transmite o poder a um novo executivo, após ter sido governado por ditaduras militares em metade dos seus 71 anos de história, desde a sua fundação em 1947.
O governo interino está em negociações preliminares com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para atribuição de um empréstimo, repetindo o panorama das últimas eleições, em 2013, quando o Estado recebeu um pacote de ajuda de 5,3 mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros), pago na totalidade no passado mês de outubro.
A nível político, novos partidos com ideologias radicais fizeram a sua entrada, para além de dúvidas de interferências nas eleições por parte do Exército.
As eleições de hoje põem frente a frente Shahbaz Sharif, líder da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N), partido vencedor das últimas eleições, e o ex-jogador de críquete Imran Khan, do Tehreek-i-Insaf (PTI), candidato pela segunda vez desde 2013.
Shahbaz Sharif é irmão de Nawaz Sharif, primeiro-ministro do Paquistão por três vezes, sem nunca ter cumprido um mandato completo (de 1990 a 1993, 1997 a 1999 e 2013 a 2017).
Bilawal Bhutto, na frente do Partido Popular do Paquistão (PPP) assume-se como um terceiro ator e com um papel determinante na possível formação de um governo de coligação.
Numa campanha caracterizada pela violência, as minorias religiosas do país têm protestado contra a discriminação de que se sentem alvo, com várias comunidades a anunciarem o boicote às eleições.
A 13 de abril deste ano, um ataque suicida num ato de campanha na região de Mastung, reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI), provocou a morte a 149 pessoas.
Três dias antes, o candidato Haroon Bilour e 21 outras pessoas foram mortas num atentado suicida.
O último ato eleitoral, a 11 de maio de 2013, ficou marcado pela morte de cerca de 30 pessoas em diversos atentados perpetrados por grupos rebeldes.
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