“É uma pena que não tenhamos dinheiro para uma estrutura maior, porque também não aceitamos, recebemos ofertas de empresas superiores a 20 mil euros para financiar a nossa campanha, mas quisemos ter uma campanha desprendida de interesses”, avançou o cabeça de lista do PURP às eleições legislativas da Madeira, Rafael Macedo, em declarações à agência Lusa.

De acordo com o médico Rafael Macedo, o PURP previa gastar 1.000 euros na campanha eleitoral, mas acabou por não gastar um cêntimo, porque os candidatos do partido optaram por pagar do próprio bolso todas as ações desenvolvidas durante as duas semanas que estiveram no terreno.

“Estamos, realmente, de consciência tranquila, apelamos ao voto no nosso partido”, indicou o cabeça de lista do PURP às eleições legislativas regionais da Madeira, revelando que a expectativa é que o PURP consiga eleger “pelo menos um” deputado.

“Sentimos um enorme apoio na nossa causa, é assim que deve ser feita a democracia, é assim que deve ser feita uma evolução para o futuro, uma evolução de causas, não de direita, nem de esquerda, nem de centro, uma evolução de causas para resolver o que está mal na sociedade”, defendeu Rafael Macedo.

Entre os temas que marcaram a campanha, o candidato do PURP destacou “a corrupção, a manipulação e a ameaça de pessoas”, denunciando a atuação do PSD que, “no terreno, oferecia cheques de 100 euros, muitas vezes chegou aos 1.500 euros para as famílias maiores em vales de compras”.

“Isso é um caso de polícia”, apontou o cabeça de lista do PURP, repudiando ainda a notícia de que o JPP da Madeira está a ser investigado pelo Tribunal de Contas por ajustes diretos no valor de um milhão de euros a uma sociedade de advogados cujo sócio é uma das figuras do partido.

Na perspetiva de Rafael Macedo, “é repudiável toda a situação” em torno do JPP e a notícia surge em “mau ‘timing’, o que parece ser uma rasteira política”, que “pode prejudicar bastante” o resultado eleitoral do JPP nas eleições de domingo para a assembleia legislativa da Madeira.

A defesa em torno do setor da saúde foi uma das principais bandeiras do PURP ao longo da campanha na Região Autónoma da Madeira, assim como o apoio das “pessoas mais vulneráveis, nomeadamente dos jovens desempregados e da terceira idade”.

No terreno, os candidatos do PURP foram “muito bem recebidos, muito bem acarinhados, exceto algumas pessoas porque realmente estão orientadas para outro tipo de derivação de voto”.

As eleições regionais legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta – com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.