Um bom resultado nas eleições na maior Comunidade Autónoma espanhola, quase do tamanho de Portugal, poderia levar o primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, a arriscar a marcação de eleições antecipadas em 2019, sem esperar pelo fim da legislatura no ano seguinte.

Nas últimas eleições regionais, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) teve 35,43% dos votos, seguido pelo Partido Popular (PP, direita), com 26,76, pelo Podemos (Extrema-esquerda), com 14,84, e pelo Cidadãos (direita liberal), com 9,28%.

As sondagens indicam que o PSOE continuará a ser o partido mais votado, apesar de perder alguma força nesta região que governa há 36 anos, desde o final da transição do país da ditadura para a democracia.

Um grupo de três formações políticas poderia agora obter perto de 20% dos votos: ‘Adelante Andalucía’ (uma coligação entre os partidos de extrema-esquerda Podemos e Esquerda Unida), o PP e o Cidadãos.

A líder regional e candidata do PSOE, Susana Díaz, justificou, em setembro passado, a decisão de antecipar a ida às urnas com a falta de estabilidade do seu executivo, depois de o Cidadãos ter retirado o apoio que há três anos dava aos socialistas, acusando-os de não cumprirem as medidas negociadas de regeneração democrática.

Numa altura em que nenhum partido de extrema-direita tem assento nos parlamentos regionais ou no hemiciclo nacional de Espanha, uma das grandes expectativas destas eleições na Andaluzia é o resultado do partido Vox, fundado em 2013.

O partido de extrema-direita, presidido por um dissidente do PP, poderia obter até cinco deputados regionais, num total de 109, segundo as sondagens.

A Comunidade Autónoma da Andaluzia, com mais de 87 mil quilómetros quadrados, é a segunda maior de Espanha (a primeira é Castela e Leão) e tem quase o tamanho de Portugal (92 mil).

Por outro lado, é a mais populosa região de Espanha, com mais de oito milhões de habitantes (Portugal tem mais de 10 milhões), fazendo fronteira com os distritos portugueses de Beja e Faro.