Além do Cabo Daciolo (Patriota) e do General Mourão (vice-presidente de Bolsonaro), que figuram nas eleições presidenciais, a esmagadora maioria dos candidatos que usa graduações militares das Forças Armadas, Polícia ou Bombeiros Militares, concorre a deputado estadual, com 313 candidaturas registadas em todo o Brasil.

Levantados pelo Estado com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os números de 2018 também chamam atenção para a influência de Jair Bolsonaro (PSL) neste cenário.

O Partido Social Liberal (PSL) é, de longe, o que tem mais candidatos com graduações e patentes militares nas urnas: 135, contra apenas 37 do segundo colocado, o Patriota, encabeçado pelo Cabo Daciolo, segundo o jornal Estadão.

"É a onda Bolsonaro, nosso líder maior. Foi o que mais chamou atenção para atrair candidatos militares”, afirmou o deputado federal Major Olímpio (PSL-SP), um dos seis militares que concorrem ao Senado.

Apesar de influenciar outros candidatos, Bolsonaro optou por não usar o seu cargo militar no nome político.

Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Jair Bolsonaro, de 63 anos, está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar – regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Bolsonaro iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.

Ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país tem sido envolvidas em escândalos de corrupção.

Quanto aos partidos que menos militares têm como candidatos em 2018, são eles o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), com apenas um candidato cada.