Numa declaração em formato vídeo enviada à imprensa, o secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa, considerou que o resultado da CDU nas eleições regionais dos Açores “não traduz quer a influência social e política da CDU, quer o reconhecimento da sua intervenção na vida política açoriana”.

“A perda de representação parlamentar pela CDU constitui um resultado particularmente negativo na vida política regional, um significativo empobrecimento democrático e sobretudo uma fragilização da intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo açoriano, como aliás já foi comprovado entre 2004 e 2008, período em que a CDU não teve representação parlamentar”, apontou o líder comunista.

Para o PCP, os resultados das eleições regionais de domingo “ficam marcados pela perda da maioria absoluta do PS”.

“A perda da maioria absoluta é em si um sinal que, sem poder ser absolutizado, traduz o descontentamento crescente face a uma governação que tem avolumado problemas, agravado os problema sociais, o desemprego e a pobreza, condicionado o desenvolvimento da região”, sustentou.

Jerónimo de Sousa considerou ainda que este ato eleitoral fica igualmente marcado “pelo surgimento de forças sem percurso ou contribuição real na vida política e social regional, que sem proposta ou projeto para a Região encontraram campo na demagogia e na exploração de um ambiente de descrença generalizada com a falta de resposta aos seus problemas para recolha de votos que se revelarão inconsequentes”.

Para o secretário-geral comunista terão pesado na não eleição de deputados pela CDU “a dispersão de candidaturas, a expressão da continuada ofensiva anticomunista que não deixou de se refletir na região” e ainda “as acrescidas dificuldades que a epidemia colocou na construção da campanha da CDU que tem na participação e no contacto direto elementos centrais no esclarecimento e na mobilização para o voto”.

Saudando os eleitores que votaram na CDU, os militantes do partido e os membros do PEV, Jerónimo garantiu que o PCP continuará, “ainda que sem representação parlamentar”, a estar presente na região.

O PCP perdeu nas legislativas açorianas o único deputado que tinha no parlamento regional, segundo os resultados divulgados pela Direção Regional de Organização e Administração Pública (DROAP).

Nas anteriores regionais, em 2016, a CDU (coligação PCP/PEV) obteve 2,6%, conseguindo eleger um deputado regional, João Paulo Corvelo, pelo círculo das Flores.

Nas eleições de 2012 e de 2008, a CDU também elegeu um único deputado em cada um dos atos eleitorais, em ambas as ocasiões pelo círculo de compensação.

Em 2004, a CDU não elegeu qualquer deputado.

De acordo com os resultados provisórios divulgados pela DROAP, o PS ganhou as legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta no parlamento da região, ao alcançar 39,13% (40.701 votos) e 25 deputados.

O PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, seguido pelo CDS-PP com 5,51% (5.734 votos), que elegeu três deputados, além de um parlamentar em coligação com PPM (com 115) votos.

O Chega, que concorreu pela primeira vez às regionais dos Açores, teve 5,06% (5.260 votos), elegeu dois deputados, tal como o BE, que alcançou 3,81% (3.962 votos).

O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP.

A Iniciativa Liberal, que também concorreu pela primeira vez à Assembleia Legislativa dos Açores, conseguiu 1,93% (2.012 votos) e elegeu um deputado, assim como o PAN que teve percentagem idêntica e apenas menos oito votos.

ARYL (ILYD/VAM) // TDI

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