"Aquilo que nós gostaríamos de saber é qual é a posição do Governo quanto aos prejuízos que a TAP apresenta. São 119,7 milhões de euros no primeiro semestre, numa empresa semiprivatizada", afirmou Maria Cidália Guerreiro à Lusa, à margem de uma ação de "agitação e propaganda" à entrada das instalações da TAP, em Lisboa.

O PCTP/MRPP quer saber "qual é a justificação para se ter atribuído um prémio de 111 mil euros, no fundo, ao responsável pela gestão de receitas", num momento em que "parece que o trabalho, e os resultados de facto o indicam, não foi um trabalho como deveria ser".

"A pergunta fica sempre nesta surpresa que nós temos. Como é que um gestor leva um prémio quando uma empresa como a TAP, com todos os problemas que apresentava, foi privatizada exatamente por causa de prejuízos e apresenta prejuízos desta ordem", questionou a candidata a deputada do PCTP/MRPP pelo distrito de Lisboa.

Para a candidata, os prejuízos da TAP podem também colocar em risco os postos de trabalho na empresa.

"Que segurança é que se pode ter com empresas com prejuízos nestas ordens, e sem se saber, exatamente, qual vai ser a solução", perguntou Maria Cidália Guerreiro.

A candidata do PCTP/MRPP considera a aviação "um setor prioritário", considerando que se continua com o projeto do novo aeroporto do Montijo e ampliação do Humberto Delgado, em Lisboa, "e não se faz um aeroporto de raiz porque não há dinheiro".

"E não há dinheiro porquê? Não há dinheiro porque temos de pagar uma dívida, e temos que ter uma dívida à qual somos obrigados e à qual não fazemos frente", considerou.

Maria Cidália Guerreiro crê que a solução atualmente em 'cima da mesa' para o aeroporto de Lisboa "não é um bom investimento".

"Quanto ao aeroporto Humberto Delgado, está mais que provado que não tem capacidade, não há capacidade de resposta, e portanto tem que haver uma alternativa", afirmou, acrescentando que na solução "Humberto Delgado + 1, em menos de 10 anos, a capacidade está esgotada".

A candidata do PCTP/MRPP advogou que "a alternativa tem de ser outra: tem que haver um aeroporto internacional que seja uma oposição a Madrid e que dê uma centralidade ao país, porque a tem", apelidando a posição geoestratégica nacional de "importantíssima", mas "a que não está a ser dado relevo nenhum".