"Combater a precariedade, combater o trabalho temporário, o falso 'outsourcing' é a primeira forma de defender a democracia porque é permitir que todos os trabalhadores e trabalhadoras deste país andem de cabeça erguida. Uma democracia a sério não se quer com medo. A precariedade é medo e nós estamos aqui para acabar com o medo", prometeu Catarina Martins.

Em Quarteira, distrito de Faro, a coordenadora do BE apontou o discurso a um tema caro ao partido, o combate à precariedade, uma "prioridade do Bloco de Esquerda" e "o grande combate da próxima legislatura".

"E o nosso apelo nestas eleições é que toda a gente que sabe o que é o abuso da precariedade e toda a gente que sabe que o contrato digno e o salário digno é a única resposta que deve ser dada a quem trabalha e constrói este país, que não fique em casa", pediu.

Catarina Martins foi mais longe: "dia 06 de outubro a luta contra a precaridade é o voto de cada um e de cada uma por um país mais digno".

As memórias do Governo PSD/CDS-PP, cujo projeto "foi embaratecer o trabalho e portanto empobrecer esta gente que constrói este país" foram trazidas pela líder bloquista com o objetivo de lembrar o anterior Governo.

"Temos orgulho em ter travado esse projeto de empobrecimento em 2015, mas sabemos que ainda falta muito para garantir salários dignos, direitos por inteiro", assumiu.

O BE, comparou a sua líder, "tem uma proposta bem diferente da da direita".

"O nosso projeto é o projeto da economia qualificada, é o projeto de uma economia mais justa, é o projeto do respeito por quem trabalha e do respeito por quem trabalhou", destacou.

As propostas que o partido apresenta no programa eleitoral para combater a precaridade são, na ótica de Catarina Martins, "simples e terão muita oposição".

"São tão simples como quando nós dissemos que era preciso subir o salário mínimo nacional e vieram os patrões dizer ?aí que horror, isso vai criar um descalabro na economia'. Não aconteceu", afirmou.

A líder do BE aproveitou ainda o discurso para se voltar a referir à entrada no Tribunal Constitucional do pedido de fiscalização sucessiva de três normas do Código do Trabalho, uma iniciativa conjunta de bloquistas, comunistas e verdes.

Antes de Catarina Martins foi a vez de subir ao palco o deputado e de novo cabeça de lista por Faro, João Vasconcelos, que começou por afirmar que "a direita está fora de jogo" nestas eleições, com o CDS-PP a poder "voltar a ser o partido do táxi" e o PSD em risco de um "iminente colapso".

"É preciso dar mais força ao Bloco de Esquerda porque a meta é a conquista de dois deputados aqui no Algarve para aumentar o grupo parlamentar a nível nacional", atirou João Vasconcelos, num raro momento na campanha do BE em que as metas eleitorais foram traçadas.

(Notícia atualizada às 23h01)