“Portugal, neste momento, tem uma grande credibilidade”, afirmou Elvira Fortunato. “Quer na área da investigação quer na área do ensino superior, o que no fundo é fruto dos alunos que cá chegam e da preparação que trazem”, acrescentou.

Durante a visita da ministra à baía de São Francisco, na Califórnia, foi assinado um memorando de entendimento entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Universidade de Stanford e negociado um acordo com a Universidade da Califórnia, Berkeley, que deverá ser assinado em breve.

São os primeiros acordos deste género entre Portugal e estas duas universidades norte-americanas, onde vários alunos e professores portugueses se têm destacado.

“Uma coisa que nos foi dita em vários sítios é que a qualidade dos alunos portugueses que aqui chegam é excelente”, afirmou a governante. “Os nossos alunos têm uma preparação muito boa nas universidades portuguesas e dão cartas em qualquer lugar. Isso deixa-nos muito satisfeitos”, salientou.

Essa perspetiva tem fomentado a abertura destas universidades norte-americanas em trabalhar com instituições académicas portuguesas para o intercâmbio de alunos de doutoramento, investigadores e corpo docente.

“Estar nas escolas e os professores referirem a excelente qualidade dos nossos alunos, que até em alguns casos é superior à dos alunos que estão aqui nos Estados Unidos, só nos pode deixar com orgulho e mostrar que as nossas instituições de ensino superior estão a fazer o seu trabalho como deve ser”, frisou.

Essa qualidade “dá uma garantia a estas universidades” quanto à aposta em alunos de doutoramento e professores vindos de Portugal, “devido à credibilidade que têm”, afirmou Elvira Fortunato.

Durante a visita foi ainda assinado um acordo entre a Universidade do Algarve e a Universidade Estadual da Califórnia em East Bay, e a ministra participou em seminários e deslocou-se a várias empresas.

Uma delas foi a Amyris, empresa de biotecnologia liderada pelo luso-americano John Melo, que tem um laboratório na Universidade Católica no Porto e está interessada em expandir o investimento em Portugal.

“A Amyris está com vontade de aumentar a parte de investigação em Portugal”, referiu a ministra. “Ficámos de identificar, dentro das áreas científicas que mais interessam à Amyris, um conjunto de laboratórios e centros de investigação que temos em Portugal na área da fermentação, para ver até que ponto é possível montarem outro laboratório”, explicou.

Elvira Fortunato também participou num seminário “Portugal Tech Talks”, organizado pelo consulado e pela AICEP — Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal em São Francisco, com mais de 20 empreendedores portugueses que têm empresas na Califórnia ou trabalham em empresas na região.

“Foi uma semana ganhadora a vários níveis”, frisou a ministra. “Os objetivos foram cumpridos e a visita até superou as minhas expectativas”, concluiu.

Fundação para a Ciência e Tecnologia assina memorando com Universidade de Stanford

 Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) assinou um memorando de entendimento com a Universidade de Stanford para fomentar o intercâmbio académico Portugal-Califórnia, disse à Lusa a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

“Neste memorando ficou estabelecido o que vamos fazer para já na parte de mobilidade, com o envio de alunos de doutoramento de Stanford para universidades portuguesas e de cá para lá”, explicou Elvira Fortunato, que fez uma visita de três dias à Baía de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos.

O acordo inclui investigadores e corpo académico e é o primeiro memorando a ser assinado, a nível mundial, com a nova Escola de Sustentabilidade de Stanford.

“Vamos criar um pequeno grupo de trabalho, definir um calendário específico para este memorando e começar a trabalhar”, afirmou a governante. “Penso que, como se trata de mobilidade de investigadores e alunos de doutoramento, ainda este ano eventualmente podemos já ver isto em andamento”, acrescentou.

A concretização do acordo vem no seguimento de trabalho feito durante a visita à Califórnia do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em setembro de 2022.

Além desta parceria, a ministra disse que está para breve a assinatura de um acordo com a Universidade da Califórnia, Berkeley, com um objetivo semelhante.

“Vamos assinar muito rapidamente um memorando de entendimento para capacitarmos alunos portugueses a virem para esta universidade para realizarem o doutoramento”, indicou, “porque existe um fundo que suporta alunos portugueses ou de ascendência portuguesa e isso não estava a ser muito utilizado, até por desconhecimento”.

O fundo Pinto-Fialon foi criado quando o emigrante português Arthur Ferreira Pinto e a mulher Annette Fialon deixaram 7,5 milhões de dólares de herança à universidade para apoiar estudantes com um mínimo de 25% de origem portuguesa.

Já existe uma versão preliminar do memorando a assinar, num trabalho apoiado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

A ministra sublinhou também a importância do trabalho desenvolvido pelo corpo diplomático de Portugal na Califórnia, incluindo o cônsul-geral, Pedro Pinto, e a responsável da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal em São Francisco, Teresa Fernandes.

“O trabalho que está a ser feito neste momento é excelente”, considerou a ministra. “O facto de termos conseguido isto com duas das melhores universidades do mundo só nos pode deixar com orgulho”, destacou.

Elvira Fortunato frisou a relevância destes memorandos e o interesse das instituições norte-americanas em cooperar com o universo académico português, cuja boa reputação tem vindo a aumentar.

“É o primeiro acordo que está a ser feito entre Portugal e UC Berkeley, não existia ainda nenhum. Isso é importante”, disse.

A governante assistiu ainda à assinatura de um acordo entre a Universidade do Algarve e a Universidade Estadual da Califórnia em East Bay, onde estiveram responsáveis da instituição portuguesa e da câmara municipal de Faro, porque a cidade é geminada com Hayward.

“Foi muito importante”, considerou a ministra. “As universidades estão dentro das regiões e tem havido uma ligação cada vez maior”, afirmou.