Para quem não gosta do peixe, há muito por onde escolher nas tradicionais barraquinhas: bifanas, entremeada, sandes e alguns petiscos como rissóis, morcela, alheira, queijo e chouriço.
As sardinhas podem ser acompanhadas no pão, mas também no prato, com batatas e pimentos assados. Nas noites de junho, são vendidas milhares de toneladas deste peixe, em bairros como Alfama e Mouraria, mas também existem barracas que vendem as típicas bebidas destas noites, como sangria, vinho ou cerveja.
Há mais de 30 anos que Alice Dias tem a sua barraca neste período de festas, conhecida como “Retiro da Maria Alice”. A própria afirmou que o melhor ano para se vender foi em 2013, “porque, apesar da crise, as pessoas consumiram muito”.
Adiantou que, este ano, uma caixa de sardinhas ronda os 60 euros, o que equivale a sete quilogramas de peixe, que depois é vendido ao público por 1,5 euros por unidade.
A comerciante acha que a afluência é menor em relação ao ano passado, e espera vender cinco a seis caixas de sardinha nos dias mais fortes.
Também António Negrão, outro dos vendedores destas noites de festa, espera vender a mesma quantidade de sardinhas, de 12 para 13 de junho, Dia de Santo António.
O comerciante disse à agência Lusa, que, comparativamente ao primeiro fim de semana de junho do ano passado, este – dias 03, 04 e 05 - foi “muito mais forte, com os portugueses em grande força nas noites de sexta-feira e sábado”, avançando que, por vezes, se queixam do preço, mas “toda a gente, quando vem para os santos populares, sabe que os preços são um pouco inflacionados”.
“Não existe ordem para assar sardinhas (nas tasquinhas) durante o dia, apenas os restaurantes (o podem fazer)”, disse à agência Lusa o funcionário de um restaurante da zona histórica, que estimou que, durante o dia, “90% dos consumidores são estrangeiros”.
Na Rua de S. Tomé, um dos comerciantes vende uma dose (três sardinhas) por 7,5 euros. João Dias afirmou que, antes, uma dose equivalia a 6 sardinhas, ainda assim, afirma que “ninguém se queixa do preço, porque há mais estrangeiros do que portugueses” a consumir.
Integrado numa associação, trabalha de quinta-feira a domingo na primeira semana de Santos Populares e, a partir da segunda semana, apenas de sexta a domingo, ao contrário do que acontece em Alfama, em que se “trabalha todos os dias”.
Um dos turistas abordado pela agência Lusa disse que, no sábado, se deslocou à Mouraria e verificou que “a maior parte das pessoas que estavam a comer eram estrangeiras”.
Ao mesmo tempo, Deolinda Freitas deixou o lamento para o facto de ter chegado demasiado tarde, por volta das 22:00, porque tinha a “intenção de comer sardinhas, mas já não havia nada”.
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