“De facto fomos obrigados a recorrer a esta medida para evitar que situações como aquela se repitam”, afirmou a mesma fonte.

Essas medidas de segurança incluem a presença permanente de um agente da polícia de intervenção rápida nas instalações, e outros de segurança privada.

Uma viatura da polícia nacional está destacada 24 horas por dia na entrada principal da embaixada e munida de um aparelho de comunicação via rádio.

O atendimento ao público passou a ser feito primeiro no guiché instalado à entrada principal do edifício. Os utentes aguardam o atendimento em fila, mediante a ordem de chegada, e só depois são encaminhados para a sessão consular onde tem um segundo atendimento.

“Essa forma de atender as pessoas, assim, na rua, é desumana. Já imaginou se cai uma chuva de repente? Onde as pessoas vão abrigar-se? Acho que a embaixada deveria criar outras condições”, reclamou Jorge Botelho, jovem de 34 anos residente em Cachoeira, seis quilómetros a sul de São Tomé.

Antonieta da Costa, aluna do 12.º ano, também lamentou os novos procedimentos para atendimento dos utentes.

“Eles [funcionários da missão diplomática] lá têm os seus motivos. Pena é que por um todos pagam. Não precisávamos estar aqui na rua, nesta fila a espera de sermos atendidos”.

Esta segunda-feira, um cidadão são-tomense vandalizou a sessão consular da embaixada, por alegada demora da atribuição de visto de entrada em Portugal.

O cidadão foi detido pela polícia, ouvido pelo juiz de instrução do Tribunal de Primeira Instância e colocado em liberdade sob caução de 200 euros e com proibição de sair temporariamente do país.

O Governo são-tomense pediu “desculpas” perante as autoridades portuguesas, mas manifestou a necessidade de “uma abordagem mais humana para a atribuição de vistos”.

“São Tomé e Príncipe, sem querer incorrer em ingerência em assuntos internos da República Portuguesa, nomeadamente aos procedimentos conducentes à obtenção de visto de entrada naquele país, manifesta uma vez mais junto das autoridades portuguesas a necessidade de uma abordagem mais humana no que toca ao procedimento em causa, nomeadamente ao nível de atendimento e tempo de resposta”, indica o Governo, numa nota de imprensa.