O navio de pesca foi identificado a uma profundidade de 55 metros, perto da posição do sinal emitido pela boia de emergência anteriormente recolhida, embora não tenham sido encontrados os três pescadores que ainda se encontram desaparecidos.

"Na tentativa de procurar informação relevante sobre este naufrágio, a Marinha, através do Instituto Hidrográfico, embarcou no NRP Almirante Gago Coutinho, uma equipa hidrográfica de intervenção rápida, equipada com um sonar de varrimento lateral e com um veículo submarino de controlo remoto (ROV) (…) tendo sido detetada a embarcação através do sonar lateral e confirmada a identificação, com recurso ao veículo ROV", refere, em comunicado, a autoridade marítima.

Segundo a mesma nota informativa, "verificou-se a presença de redes de emalhar ao redor da embarcação, o que dificultou os trabalhos de investigação, nomeadamente na operação do ROV".

Contactada pela Agência Lusa, fonte da Marinha explicou que, "pela dificuldade do veículo remoto se aproximar da embarcação, e apesar de todos os esforços, não foi possível apurar a eventual presença dos corpos dos três pescadores no navio".

Com a localização da embarcação, a Marinha deu por "terminadas as buscas", expressando "às famílias enlutadas as sentidas condolências".

A Mestre Silva, uma traineira com cerca de 12 metros, registada na Póvoa de Varzim, mas que operava habitualmente a partir do porto de Matosinhos, naufragou na manhã do dia 15 a cerca de dez milhas (19 quilómetros) ao largo de Esmoriz, em Espinho, distrito de Aveiro, com cinco tripulantes a bordo.

Apenas um pescador foi resgatado com vida, o mestre da embarcação, Rafael Silva, de 54 anos, natural de Vila do Conde, que teve de receber assistência no hospital de Santa Maria da Feira.

Há uma vítima mortal confirmada, um pescador da Póvoa de Varzim, de 54 anos, enquanto três elementos estão dados como desaparecidos: um pescador de Vila do Conde, de 64 anos, e dois indonésios, de 26 e 33 anos.

José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, revelou, depois de conversar com o único sobrevivente, que o acidente aconteceu após uma onda atingir a embarcação.

"Disse-me que estavam todos a trabalhar quando foram surpreendidos por uma 'volta de mar', uma vaga forte que virou a embarcação. Depois disso já não tem mais consciência do que se passou", adiantou José Festas.