“A experiência que nós temos, com [a aplicação] ePark foi de envolver os utilizadores a experimentar a aplicação, a dar-nos feedback e, de facto, isso permitiu enriquecer muito a solução final”, disse à agência Lusa o administrador da EMEL, João Dias.
Por isso, a EMEL quis através do ‘bike sharing’ [rede de bicicletas partilhadas] dar "a oportunidade aos utilizadores de eles próprios serem cocriadores da solução e, durante um período de tempo e num espaço limitado” testarem e depois darem sugestões, acrescentou o mesmo responsável, que falava no final de uma apresentação sobre o tema, em Picoas, Lisboa.
Caberá depois à empresa “selecionar as melhores sugestões e incorporá-las na solução final, que vai estar a funcionar na cidade antes do verão”, assinalou João Dias.
Em causa está uma rede de 1.410 bicicletas (940 elétricas e 470 convencionais) distribuídas por 140 estações: 92 no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no Eixo Central (que abrange as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade).
Em março, arranca apenas uma fase piloto com “10 estações e um máximo de 100 bicicletas” no Parque das Nações, apontou João Dias.
Quem se quiser voluntariar a experimentar, de forma gratuita, poderá inscrever-se através de um ‘website’ que a empresa vai criar nos próximos dias.
O teste será também feito por convidados da EMEL.
“Queremos comportar o número máximo de pessoas”, vincou o administrador, apontando que se pretende que haja rotatividade (pessoas que deem lugar a outras) “até o sistema comportar”.
No que toca ao impacto de tais sugestões no projeto final, o representante admitiu que não provocarão “alterações de estrutura”,mas antes “pequenas melhorias” ao nível dos equipamentos e da tecnologia usada.
O investimento da EMEL no projeto é na ordem dos 23 milhões de euros, através de um contrato de prestação de serviços celebrado com a empresa portuguesa Órbita, para um período de oito anos.
De acordo com o plano de negócio do projeto, divulgado em fevereiro do ano passado, o passe anual deverá custar 36 euros e o bilhete diário dez euros, pelo que a empresa perspetiva uma receita de 897.321 euros por ano.
Questionado pela Lusa se estes valores se mantêm, João Dias escusou-se a responder, garantindo apenas que será um “tarifário muito, muito acessível”.
Os números “podem ser ligeiramente diferentes, mas a mensagem que temos do nosso acionista, a câmara, é que isto é para ser uma solução de transporte público muito acessível, principalmente para os residentes ou para as pessoas que já tenham um título de transporte, ou seja um passe”, precisou.
Pela publicidade, o plano de negócio prevê a cobrança de 350 euros por bicicleta, o que deverá representar um encaixe financeiro anual superior a 400 mil euros.
No que toca às idades dos utilizadores, a rede só estará acessível a partir dos 16 ou dos 18 anos, para haver “cobertura do seguro de responsabilidade civil”, adiantou João Dias.
A iniciativa, que decorreu no Centro de Informação Urbana de Lisboa, foi promovida pela agência municipal de energia Lisboa E-Nova.
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