O social-democrata que durante três mandatos liderou a referida autarquia da Área Metropolitana do Porto entregou hoje o pedido de renúncia nos serviços da câmara e será empossado como deputado parlamentar na terça-feira, na sequência da sua eleição como número um da lista da Aliança Democrática (AD) pelo círculo de Aveiro.

Em declarações à agência Lusa, afirmou sair satisfeito com os resultados obtidos na gestão do município.

“Consegui concretizar quase tudo a que me propus. Demos um grande salto qualitativo no concelho, sobretudo na área do desenvolvimento económico, porque renovei completamente o centro de congressos Europarque, temos um prazo médio de pagamento a fornecedores de seis dias, a Câmara fica numa situação financeira equilibrada – somos o concelho com a segunda melhor gestão no país – e deixo pronto um projeto de uma grande ambição minha, que é a construção do novo edifício dos Paços do Concelho”, disse.

Emídio Sousa destacou ainda outros aspetos do seu desempenho autárquico: “Procedi à renovação do parque escolar, garanti um médico de família para todos os utentes – no que temos dos melhores indicadores do país – e demos um salto enorme a nível cultural – pelo que somos, talvez, a maior referência de oferta cultural no país a seguir às grandes cidades”.

Quanto às funções que irá agora assumir no parlamento, o social-democrata disse que conta colocar o seu “trabalho e experiência ao serviço do país”.

“Face aos resultados das últimas eleições [de 10 de março], a Assembleia da República vai ter um protagonismo muito significativo na governação de Portugal, será um órgão decisivo nos próximos tempos e eu espero contribuir para ajudar o país, fazendo aumentar os rendimentos das pessoas e melhorar o desempenho dos serviços públicos”, referiu.

Emídio Sousa foi vice-presidente no último mandato de Alfredo Henriques e depois concorreu às autárquicas a título próprio. Subiu à presidência da Câmara da Feira em 2013 e manteve-se no cargo três mandatos, obtendo sempre maiorias absolutas.

Quando concorreu ao presente mandato, escolheu como número dois Amadeu Albergaria, que agora lhe sucede como presidente da Câmara.

Nas eleições legislativas de 10 de março, a vitória coube à AD, enquanto coligação entre o PSD, o CDS-PP e o PPM. O líder nacional dos sociais-democratas, Luís Montenegro, foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República na quinta-feira.

Após alterações ao regimento introduzidas na última legislatura, os novos deputados terão pela primeira vez que assinar um termo de posse, no qual afirmam que irão desempenhar fielmente essas funções e “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa”.

No parlamento, o PSD terá 78 deputados (mais um que na anterior legislatura) e o CDS-PP regressa com dois. O PS também terá 78 deputados (após perder 42) e segue-se o Chega com 50 (o que representa um aumento de 38).

A IL manterá os seus oito deputados e o BE continuará com cinco, enquanto o Livre passa a quatro (após um aumento de três), o PCP fica reduzido a quatro (quando antes tinha seis) e o PAN permanece com uma deputada única.