De acordo com as agências de notícias internacionais, a discussão mais acesa foi a dos temas económicos, num debate em que se falou principalmente sobre a criação de empregos, a segurança dos franceses e o modelo social do país.
Os inquéritos de opinião indicaram que a discussão foi liderada pelos candidatos que vão à frente na intenção de voto dos franceses, o independente do centro, Emmanuel Macron, e a de extrema-direita e líder da Frente Nacional, Marine Le Pen.
Macron e Le Pen defenderam políticas económicas muito diferentes, em resposta à pergunta sobre como queriam criar empregos num país onde a taxa de desemprego é cerca de 10% há vários anos.
Enquanto Macron avançou com medidas a favor da política económica da União Europeia no sentido da defesa do mercado livre, Le Pen apoiou medidas que levem a um "protecionismo inteligente”.
Emmanuel Macron quer cortar os impostos sobre as empresas, liberalizar o mercado de trabalho e aumentar as negociações entre os parceiros sociais (sindicatos e patronato) como forma para criar empregos.
Por seu lado, Marine Le Pen pretende que a França saia da União Europeia e propõe um imposto sobre as empresas que contratem mão-de-obra estrangeira.
“Sem um protecionismo inteligente vamos assistir à destruição dos empregos, um atrás de outro”, disse a candidata do Frente Nacional, acrescentando que a sua prioridade será cortar impostos nas pequenas e médias empresas.
Le Pen atacou várias vezes Macron, numa altura em que as sondagens indicam que os dois são os mais prováveis vencedores da primeira volta das eleições e se deverão enfrentar na segunda volta.
“Senhora Le Pen, desculpe ter de lhe dizer, mas está a usar mentiras que já ouvimos há 40 anos da boca do seu pai”, atacou Macron, fazendo uma referência ao fundador do Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, que foi condenado várias vezes por crimes antissemitas e racistas.
Os estudos de opinião dão conta de que Macron e Le Pen, com cerca de 26%, lideram as intenções de votos dos franceses, seguidos pelo candidato de direita François Fillon, que caiu para cerca de 17% depois do escândalo sobre os empregos fictícios que alegadamente beneficiaram membros da sua família.
A primeira volta das eleições entre os 11 candidatos tem lugar em 23 de abril e a segunda volta, com os dois mais votados, será a 07 de maio.
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