O consórcio russo Gazprom anunciou hoje a suspensão imediata do fornecimento de gás à Letónia, alegando a violação das condições de abastecimento.
“Hoje a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás à Letónia […] devido à violação das condições de abastecimento”, disse a empresa em comunicado.
Na sexta-feira, o presidente da administração da LG, Aigars Kalvitis, afirmou que a empresa estava a “comprar gás a outros fornecedores, pagando em euros conforme o exigido pelo quadro normativo em vigor na Letónia”.
Além disso, afirmou em comunicado que os negócios com a Gazprom “não estão a realizar-se”, pois “não é possível” fazer pagamentos em rublos, conforme o exigido pela Rússia.
Na nota divulgada destaca ainda que a LG “não é a única importadora de gás natural da região do Báltico que está a comprar e a receber gás natural da Rússia”, o que indicia, segundo os media locais que a empresa está a obter o gás através de um intermediário.
“De acordo com as alterações da Lei de Energia em vigor a partir de 28.07.2022, o fornecimento de gás natural da Rússia será proibido em 01.01.2023. Até essa data, o fornecimento é permitido”, lê-se no comunicado da LG.
A Gazprom detém 34% do capital da LG, o que faz dela o seu principal acionista, detendo uma posição superior à da empresa luxemburguesa Marguerite Gas II SARL (28,29%) e à da alemã Unper Ruhrgas International GmbH (18,26%).
O revelação feita pela LG causou algum alvoroço no país, já que no mês de abril o Governo anunciou a suspensão das importações de gás natural vindo da Rússia.
Por seu turno, na sexta-feira, o Serviço de Segurança do Estado da Letónia declarou aos media locais que está “consciente” da atual situação, apesar de se ter recusado a adiantar mais pormenores acerca do assunto.
O governo letão também não reagiu ao anúncio da Gazprom de que suspenderia o fornecimento de gás ao este país báltico por motivos de quebra de contrato.
Nos últimos meses, a Letónia preparou-se, contudo, para esta eventualidade e o operador da rede de gás natural, Conexus Baltic Grid, armazenou gás num reservatório subterrâneo e importou gás natural liquefeito (GNL) de um terminal no porto de Klaipeda (oeste do país).
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