“Hoje a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás à Letónia […] devido à violação das condições de abastecimento”, anunciou a empresa, em comunicado no Telegram.

A decisão ocorre numa altura em que a Gazprom decidiu baixar as entregas de gás russo à Europa, através do gasoduto Nord Stream, alegando necessidade de manutenção das turbinas.

A Rússia já tinha cortado para metade o volume de entrega em junho, alegando que o gasoduto não poderia operar normalmente sem uma turbina que está a ser reparada no Canadá e que ainda não foi devolvida à Rússia devido às sanções ocidentais.

Desde então, Alemanha e Canadá concordaram em enviar o equipamento de volta à Rússia, mas a turbina ainda não foi entregue.

Enquanto isso, os ataques continuam no leste e no sul da Ucrânia, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, designou na sexta-feira à noite o bombardeamento de uma prisão que matou "mais de 50 pessoas" como um "crime de guerra russo deliberado".

Moscovo acusou as forças ucranianas de serem responsáveis pelo ataque à prisão de Olenivka, onde estavam prisioneiros de guerra ucranianos, em território separatista no leste da Ucrânia.

O exército russo reportou 40 mortos e 75 feridos, com as autoridades separatistas pró-russas na região de Donetsk a citar até 53 mortos.

UE acusa forças russas

O Comité de Investigação da Rússia acusou as forças ucranianas de terem "disparado contra a prisão onde estão detidos os membros do batalhão Azov,  que se destacou na defesa de Mariupol, usando projéteis americanos do sistema Himars".

Após longas semanas de cerco e resistência na siderúrgica Azovstal, cerca de 2.500 combatentes ucranianos se renderam ao exército russo em maio e Moscovo fez saber que seriam presos em Olenivka.

Mas a Ucrânia negou ter como alvo infraestruturas civis ou prisioneiros de guerra. O Estado-Maior ucraniano acusou a Rússia de tentar "acusar a Ucrânia de ter cometido crimes de guerra" e de "camuflar a tortura de prisioneiros e as execuções" que ali foram "perpetradas".

Segundo a inteligência ucraniana, o ataque "foi realizado por mercenários da Divisão Wagner" e "não foi coordenado com a liderança" do ministério da Defesa russo.

Por sua vez, a União Europeia condenou "nos termos mais fortes as atrocidades cometidas pelas forças armadas russas e seus apoiantes",  num comunicado de imprensa do chefe de diplomacia. "Estes atos desumanos e bárbaros constituem graves violações das Convenções de Genebra e de seu protocolo adicional e equivalem a crimes de guerra", acrescentou Josep Borrell.

Escola destruída

No terreno das operações militares, as autoridades ucranianas anunciaram neste sábado que os bombardeamentos russos atingiram várias localidades no sul e leste do país, matando pelo menos uma pessoa em Mykolaiv (sul).

Em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, três mísseis S-300 caíram sobre uma escola e resultaram num incêndio, anunciou o autarca da cidade, Igor Terekhov.

O prédio principal foi destruído, segundo o mesmo responsável.

Na região de Donetsk, epicentro da ofensiva russa no leste, o prédio da rodoviária e prédios vizinhos foram danificados por um ataque em Sloviansk, segundo o governador regional Pavlo Kyrylenko.

Em relação aos cereais bloqueados na Ucrânia desde o início da guerra, as exportações podem ser retomadas "nos próximos dias", segundo Kiev.

O presidente Zelensky visitou o porto de Chornomorsk, no Mar Negro, na sexta-feira, para supervisionar um primeiro carregamento para um navio turco, nos termos do acordo alcançado em 22 de julho com a Rússia.

De acordo com o ministério de Infraestruturas da Ucrânia, 17 navios já foram carregados com cereais em Chornomorsk e Odessa, e dez estão prontos para partir.

A Ucrânia, como a Rússia, está entre os maiores exportadores de cereais do mundo. Kiev espera vender cerca de 20 milhões de toneladas por cerca de 10 mil milhões de dólares como parte deste acordo.

Notícia editada às 15h45

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.