A obra deverá entrar no mercado por um valor mínimo de 30 milhões de euros, segundo uma estimativa base da leiloeira, citada pela agência Efe, mas espera-se que o preço final supere os 100 milhões de euros.
“Judite e Holofernes”, datado de 1607, desapareceu em 1617 e a sua existência tem sido comprovada por cartas entre comerciantes e pelo testemunho de época do pintor Louis Finson, amigo e agente de Caravaggio.
Marc Labarbe, proprietário da casa de leilões, localizou em 2014 a obra, em bom estado de conservação, no sótão de um cliente que desconhecia a origem do quadro, lê-se na notícia da EFE.
Os proprietários apresentaram uma petição para obter o certificado de exportação, aprovado pelo governo francês, que classificou a obra como tesouro nacional, dando origem a propostas de compra provenientes, principalmente, dos Estados Unidos da América, de Espanha e de países do Médio Oriente.
Os especialistas, na avaliação da pintura, consideraram “a qualidade dos traços” como fator determinante da autoria de Caravaggio, ainda que a “autenticidade” tenha levantado algumas dúvidas junto da comunidade artística, explica a Efe.
“Não tenho qualquer dúvida, porque trabalhei nele [no quadro] durante cinco anos. Considero que posso falar tanto como aqueles que o viram e dão as suas opiniões. Quando apresentámos o quadro em Itália sabíamos que estávamos a iniciar uma ‘guerra’ entre escolas [de arte], pois os especialistas odeiam-se uns aos outros”, afirma Marc Labarbe à Efe.
“Judite e Holofernes”, um quadro de inspiração bíblica que representa a decapitação do general Holofernes, já passou em exposição por Milão, Londres e Nova Iorque, e encontra-se agora em Toulouse.
Em 2016, data em que Labarbe revelou a obra ao mundo - tendo mantido o quadro pendurado na sua sala durante dois anos -, o governo francês emitiu uma proibição de exportação para permitir que a pintura pudesse ser avaliada e para deixar à consideração do museu do Louvre a compra da peça. Contudo, a organização do museu rejeitou a compra, alegou que o preço afixado no quadro - 100 milhões de euros - representava 15 anos de verbas a serem gastos de uma assentada.
O Palácio Barberini, em Roma, possui na sua coleção uma pintura anterior de Caravaggio, dedicada ao mesmo tema - "Judite decapitando Holofernes" -, que se encontra datada de 1598–1599, e que constitui um dos mais conhecidos quadros do pintor da "alma humana".
O leilão, no dia 27 de junho, pode ser acompanhado em direto no ‘site’ “Caravaggio em Toulouse” (thetoulousecaravaggio.com).
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