“Não há nenhum braço de ferro”, começou por dizer o primeiro-ministro quando questionado pelos jornalistas.
“Agora, não há acordo quanto a tudo, porque há reivindicações que são absolutamente impossíveis no esforço que temos vindo a fazer, e que temos de continuar a fazer, para continuarmos a contratar mais profissionais, podermos continuar a não aumentar as taxas moderadoras, podermos continuar a investir em equipamento, em novas instalações que melhoram também as condições de trabalho de quem trabalha”, acrescentou.
António Costa respondia aos jornalistas à margem da inauguração do novo centro de saúde de Odivelas, no distrito de Lisboa, que representou um investimento de 1,4 milhões de euros, para servir 41.800 utentes.
Sobre as “questões principais que estavam em causa” quanto aos enfermeiros, encontram-se “umas resolvidas e outras em solução”, notou Costa, referindo-se à “reposição do horário de trabalho das 35 horas”, a contratação de “mais 4.100 enfermeiros” do que aqueles que existiam no início da legislatura, ou a reposição do “subsídio próprio de enfermeiro especialista”.
O chefe de Governo considerou que, se o Governo quiser “fazer tudo isto”, terá de “conjugar as diferentes necessidades”, comparando esta questão à “vida de uma família”.
“É como em tudo, nós não podemos gastar tudo nas férias ou tudo noutra atividade, temos que distribuir os recursos que temos para satisfazer as necessidades que são quase ilimitadas no Serviço Nacional de Saúde, e é isso que temos estado a fazer, a procurar responder de uma forma equilibrada a todas”, salientou, acrescentando que esse equilíbrio “tem provado ter resultados”.
António costa aproveitou ainda para lembrar que “no início da legislatura, a generalidade dos ordenados na administração pública tinha um corte de 30%, esse corte foi integralmente reposto”, foi eliminada a sobretaxa no IRS e o horário de trabalho “foi reposto”, e salientou que “todas estas alterações têm implicados aumentos de ordenado” para os enfermeiros.
O primeiro-ministro assinalou ainda que o Governo está a “aguardar o fim do prazo que os sindicatos têm para se pronunciar no debate público” relativamente à carreira, “que termina dia 28”.
“A partir de dia 28 vamos poder legislar e, portanto, essa questão fica resolvida”, vincou, apontando que será aprovada “a nova carreira, que prevê que, para além de enfermeiro”, exista também “a categoria de enfermeiro especialista e de enfermeiro gestor”.
Questionado pela agência Lusa sobre se já avançou com a queixa na Justiça contra a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, como anunciou em fevereiro que iria fazer, o primeiro-ministro indicou apenas que “os factos foram transmitidos às autoridades próprias”.
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