“Há uma grande regra, o que não é reciclável tem que ser redesenhado e a engenharia está aí”, disse Poças Martins, que falava à Lusa na Conferência “Beyond single-use plastics”, iniciativa que visou “demonstrar que há engenharia nas alternativas ao plástico, na ação contra a poluição, na transformação e nas escolhas para a redução do seu uso”.
O objetivo da OERN, segundo Poças Martins, é “alertar a sociedade que se este material for usado com responsabilidade pode ser sustentável” defendendo que se devem promover as soluções alternativas.
Em declarações aos jornalistas, também o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, que presidiu à abertura da conferência, sublinhou que “a política que se pretende desenvolver é uma politica de combate ao uso único do plástico, o chamado plástico descartável. Não há diabolização do plástico, pelo contrario”.
Em seu entender, “o plástico tem é de ter um ciclo de vida mais prolongado e de reutilização”.
“A legislação está definida no âmbito dos plano estratégicos, quer para o tratamento de resíduos sólidos urbanos, quer no âmbito do plano de ação da economia circular. Há aqui metas que temos de cumprir, nomeadamente no âmbito da reciclagem dos plásticos. Essas metas, que já são obrigatórias, acabam por mitigar o problema do plástico descartável”, sublinhou.
João Ataíde defendeu ainda que é necessária uma “mudança de mentalidades, um retorno, com mais qualidade, aos materiais biodegradáveis, sem contudo se perder a qualidade de vida”.
“Temos de aproveitar a recetividade do consumidor para podermos acelerar este processo de mitigação até ao banimento do plástico de utilização única”, acrescentou.
A Conferência “Beyond single-use plastics” contou com a participação de um conjunto de especialistas em criar alternativas ao plástico de uso único, “gente que está a fazer coisas que vão permitir que os plásticos continuem connosco, mas de outra forma”, disse à Lusa Poças Martins.
“O plástico é ótimo para canos de água que têm de durar 200 anos, mas não faz sentido, por ventura, para um copo, um talher ou um cotonete. Para isso, felizmente, há alternativas que enquanto consumidores temos de estar alertados”, sublinhou o presidente da OERN.
A iniciativa incluiu a inauguração de uma escultura, na Praça do Metro da Trindade, com demonstrações de produtos alternativos ao plástico de uso único.
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