Em conferência de imprensa, a porta-voz da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, Rosa Pedroso Lima, afirmou que estes números são uma estimativa das “entidades envolvidas”, designadamente da Polícia de Segurança Pública (PSP), operadores de telecomunicações e Metropolitano de Lisboa.

A missa, presidida pelo cardeal-patriarca, Manuel Clemente, contou com a presença de 7.120 padres, 500 bispos, dos quais 30 da Conferência Episcopal Portuguesa, 55 jovens dos cinco continentes na equipa litúrgica, 1.800 ministros da comunhão, 200 elementos do coro e orquestra e mais de sete mil voluntários.

Segundo a responsável, o importante a realçar desta celebração que marcou o arranque da JMJ é “a participação, a mobilização e a alegria de todos os peregrinos, de todo o mundo”, que participaram na missa.

Na missa de abertura da JMJ, o cardeal-patriarca de Lisboa alertou para os riscos que os jovens correm ao trocarem o mundo real pelo virtual, “um mundo à escolha, diante de um ecrã e dependente de um clique que o mude por outro”.

Perante muitos milhares de peregrinos concentrados no Parque Eduardo VII, em Lisboa, Manuel Clemente sublinhou que muita coisa pode deter os jovens, como o mundo virtual que os impede de ir ao encontro dos outros.

“A virtualidade mantém-nos sentados, diante de meios que facilmente nos usam quando julgamos usá-los”, disse o anfitrião da JMJ, acrescentando: “pelo contrário, a realidade consistente põe-nos a caminho, ao encontro dos outros e do mundo como ele é, tanto para o admirar como para o fazer melhor”.

Esta ideia de Manuel Clemente parte do lema da Jornada — “Maria levantou-se e partiu apressadamente -, com o cardeal a dirigir-se aos jovens peregrinos sublinhando que, também eles, se puseram a caminho para participar neste encontro mundial com o Papa.

“Foi para muitos um caminho difícil pela distância, as ligações e os custos que a viagem envolveu. Foi preciso juntar recursos, desenvolver atividades para os obter e contar com solidariedades que graças a Deus não faltaram”, afirmou, exortando-os: “É muito importante pôr-se a caminho. Assim devemos encarar a própria vida, como caminho a percorrer, fazendo de cada dia uma nova etapa”.

Na ocasião, Manuel Clemente deixou também uma palavra para os órgãos de comunicação social, a quem agradeceu a possibilidade de dar a conhecer mais os outros e o mundo.

“Vivemos mediaticamente e já não saberíamos viver doutro modo. Contamos com o seu apoio, mas não nos dispensamos de caminhar por nós mesmos, de contactar e verificar diretamente a realidade que nos toca, a nós e a todos”, avisou.

Aos jovens, deixou também a certeza de que “valeu a pena o caminho” que percorreram para chegar à JMJ, na variedade do que são, “de cada terra, língua e cultura”.

“Nada pode substituir este caminho pessoal e de grupo, ao encontro do caminho de todos”, afirmou o patriarca de Lisboa.

“Bem-vindos, também na amplitude ecuménica, inter-religiosa e de boa vontade que estes dias têm e congregam. Desejo que vos sintais ‘em casa’, nesta casa comum em que viveremos a Jornada Mundial. Bem-vindos!”, disse Manuel Clemente, assegurando que Lisboa acolhe os peregrinos “de coração inteiro”.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que conta com a presença do Papa Francisco, que chegou esta manhã a Lisboa.