Ana Silva e Nuno Gonçalves trabalham no Parque das Nações e aproveitaram a hora de almoço para se refrescar na zona dos “vulcões de água” na Alameda dos Oceanos, na freguesia.

Ana Silva disse à Lusa já ter prevenido os pais, idosos, “para se protegerem e evitarem as horas de maior calor”.

“Permanecer no interior da habitação, em zonas mais frescas, baixar os estores, para ajudar a proteger a casa [do calor]. Para que não saiam de casa nestes dias de calor ou, se tiverem que sair, o façam logo de manhã quando ainda está fresco ou ao final da tarde”, foram alguns dos conselhos que lhes deu.

Nuno Gonçalves alertou ainda para o cuidado que é necessário ter na exposição ao sol nos próximos dias.

“As pessoas estavam todas à espera de calor para a praia, mas talvez agora seja um pouco exagerado chegar a estas temperaturas. É [necessário] ter mais cuidado ainda do que costumam ter, como esta vaga de calor é intensa, as pessoas não tiveram tempo de se precaver, não têm apanhado sol de forma mais gradual, por isso, agora convém ter uma maior atenção, um cuidado ainda maior com os protetores solares”, afirmou.

Já Leila, que vive em Moscavide, Loures, estava acompanhada pelos dois filhos, que brincavam na água dos “vulcões” e confirmou à agência Lusa que nos próximos dias é ali que irá procurar um local fresco.

“[Vamos estar] na rua à procura de um lugar com árvores e sombra porque em casa, com o calor, é insuportável. Às vezes depende da casa, a minha casa até é fresca, mas hoje está um calor insuportável e é melhor estar aqui, perto da água”, disse.

Relativamente aos cuidados que terá nos próximos dias garante que o essencial é “beber muita água”.

“Como está muito calor temos de dar bastante água [às crianças], temos de ficar atentos aos avisos”, afirmou.

Horácio Gomes Pinto, proprietário de uma esplanada no Miradouro das Portas do Sol, em Alfama, disse à Lusa que, apesar do aumento na venda de “águas e cervejas”, as altas temperaturas são prejudiciais para o negócio.

“Tentamos criar sombras, mas não havendo vento é sempre complicado porque faz muito calor e as pessoas tentam recolher-se onde esteja melhor. Para quem vive de esplanadas [este calor] não é o melhor. Estamos satisfeitos até aos 25, 26, 27 graus, quando sobe para mais de 30 graus, mesmo com sombras, é altamente complicado”, explicou.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a temperatura vai subir de forma acentuada em Portugal continental a partir de hoje, mantendo-se muito elevada até ao fim de semana, com os avisos laranja a passarem a vermelhos (o nível mais grave) a partir de quinta-feira à manhã de sábado.

Os distritos abrangidos pelo aviso vermelho por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima são Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Lisboa e Setúbal.

O IPMA adverte que as temperaturas máximas vão estar "muito acima dos valores normais para a época", próximas dos 40ºC, com exceção da costa sul do Algarve, onde serão entre os 30 e os 35ºC.

No interior do Alentejo, Vale do Douro e do Tejo e Beira Baixa, a temperatura máxima deverá atingir valores da ordem dos 45°C, "podendo ser alcançados máximos absolutos em vários locais".

Os valores da temperatura mínima, de acordo com o IPMA, têm igualmente tendência para uma subida gradual, "atingindo no final da semana valores próximos de 25°C em grande parte do território, aproximando-se dos 30°C em alguns locais do interior Centro e Sul, em especial no Alto Alentejo".

O sul do território continental poderá ser afetado a partir de hoje, também, por poeiras em suspensão provenientes do norte de África.