Em declarações à Agência Lusa, o diretor de Gestão de Ativos da EPAL – Empresa Portuguesa de Águas Livres, Nuno Medeiros, explicou que o trabalho da empresa para a JMJ começou em 2019, aquando do anúncio da escolha de Lisboa para organizadora do evento.
Como houve um “grande hiato de tempo” porque a Jornada foi adiada devido à covid-19, o responsável explicou que a empresa aproveitou para trabalhar “profundamente” até aos dias de hoje de forma a assegurar o abastecimento de água em condições durante a JMJ.
Nuno Medeiros lembrou que a empresa já teve eventos com grandes dimensões também, como o 13 de maio, em Fátima, ou festivais de música, mas frisou que a JMJ é de “uma dimensão excecional”, levando a empresa a tomar “outra atenção” e a preparar-se ainda mais.
Nesse sentido, o diretor disse ter trabalhado “muito próximo com as entidades que estão a organizar o evento”, frisando que a empresa “olhou para o espaço que ia ser ocupado” em busca das melhores soluções, tendo ido “beber” a experiência de anteriores organizações da Jornada para aprender com os “erros do passado”.
“Não houve investimento de maior, ouve otimizações. No fundo, o que tentámos fazer foi simular a quantidade de pessoas aqui nesta área do Parque Tejo e nas outras áreas onde o evento também vai ocorrer (…) houve uma maior preparação e, mais do que um simulacro real, fizemos uma prova, um ‘stress teste’, para verificar se conseguíamos abastecer esta zona da cidade na quantidade e na qualidade que nos foi dada, com os volumes normais para este tipo de evento”, explicou.
De acordo com Nuno Medeiros, a EPAL “conseguiu alcançar com sucesso” essa meta, sublinhando estar “tranquilo e confiante” sem, no entanto, deixar de “estar alerta” tendo em conta a “excecionalidade do evento”.
O responsável espera um “aumento de cerca de 30%” no abastecimento, considerando que há “uma enchente de pessoas e participantes”, mas que também acontece no mês de agosto, em que muitas pessoas vão de férias, apesar de admitir que o volume de pessoas que irá sair da cidade seja menor do que aquele que vai entrar.
“Na zona do Parque Tejo é onde vamos ter mais enchente em dois dias, ou dia e meio por assim dizer, estamos numa ordem de aumentar cerca de 350 a 400 metros cúbicos/hora. É muita água durante aquele período horário, mas temos que pensar que sim, estamos confiantes e o ‘stress teste’ [demonstrou] que vamos conseguir abastecer e com qualidade”, frisou.
Nuno Medeiros contou ainda da existência de um protocolo, entre a EPAL e a Câmara de Lisboa, para a instalação de 200 bebedouros na cidade cuja prioridade é que sejam instalados até ao final do mês, estando também prevista a colocação de mais bebedouros em zonas em que vão acontecer “pequenos eventos” da Jornada, como o Martim Moniz e o estádio 1º de Maio.
No Parque Tejo, os postos de abastecimento de água disponíveis para os participantes foram decididos pela organização, sendo apenas da responsabilidade da EPAL a garantia que será “fornecida a água na pressão, caudal e na qualidade desejada” para aquela quantidade de postos e para o número provável de participantes, explicou.
“Acho que a população pode estar confiante. Os participantes podem estar tranquilos e confiantes, porque a EPAL fez o seu trabalho e fê-lo de forma preventiva”, assegurou o responsável.
Nuno Medeiros reiterou ainda um pedido, não só para a altura da JMJ, mas para os restantes 365 dias do ano: “que [as pessoas] sejam mais eficientes porque cada gota que poupem vai ser mais uma gota para alguém e vai ser água que fica disponível para outra pessoa”.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, que decorre entre 01 e 06 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas, nesta 15.ª edição.
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