No âmbito do projeto 0% Energia, a EPAL pretende “alcançar a neutralidade de emissões, produzindo a sua própria energia a partir de fontes renováveis”, avançou a empresa, explicando que tal será possível através da instalação de centrais de produção de energia hidroelétrica nas condutas de água, eólica e fotovoltaica.
Além disso, o projeto vai retirar partido do ‘storage’ - equipamento que armazena os dados da rede local de uma empresa - nos reservatórios existentes, uma vez que vai ser implementado em todos os municípios abastecidos pela EPAL, estando inclusivamente a ser testado nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e nas Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do país.
“Uma verdadeira aposta na sustentabilidade ambiental e económica, reduzindo a exposição da empresa ao mercado energético”, afirmou a EPAL, em comunicado.
O projeto 0% Energia foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da EPAL, com o apoio de empresas e instituições de referência, nomeadamente o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC), o Instituto Superior Técnico (IST) e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica (INEGI).
“A EPAL tem como objetivo, até 2025, tornar-se o primeiro operador mundial do setor da água energeticamente neutro, reforçando a sua eficiência energética”, informou a empresa, acrescentando que vai ser produzida energia elétrica a partir de fontes renováveis, o que resultará na “eliminação de 38 mil toneladas de emissões de CO2 - dióxido de carbono”.
Segundo a empresa, o projeto 0% Energia faz parte de uma estratégia alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2050.
O setor das águas é responsável por um consumo de energia elétrica superior a 1.000 gigawatt-hora (GWh) por ano, valor correspondente a mais de 2% do consumo total de energia elétrica do país, revelou a EPAL, referindo que “o Grupo Águas de Portugal consome cerca de 700 GWh/ano, dos quais 140 GWh/ano são consumidos na EPAL, representando cerca de 0,3% do consumo nacional de energia elétrica”.
Na terça-feira, a Academia das Águas Livres da EPAL lançou o Curso Avançado de Energias Renováveis no Setor da Água, o qual reúne 10 entidades formadoras, “para reforçar as competências dos quadros portugueses para liderarem o processo de Ação Climática”, promovendo o aumento de competitividade das empresas nacionais do setor.
Sucessora da centenária Companhia das Águas de Lisboa (CAL) como concessionária do abastecimento de água à cidade de Lisboa, a EPAL foi constituída em 1974 com a designação de Empresa Pública das Águas de Lisboa, que se manteve até 1981, quando passou a denominar-se por Empresa Pública das Águas Livres.
Atualmente, a EPAL é responsável pelo abastecimento de água em 35 municípios portugueses, inclusive Lisboa.
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