"Ao terceiro dia, a Força Operacional Conjunta portuguesa resgatou uma criança de 10 anos com vida, na localidade de Antáquia, região de Hatay, Turquia", lê-se no Facebook da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

“Uma alegria sem precedentes! Ao terceiro dia de missão, a Força Nacional portuguesa na Turquia resgata com vida uma criança presa nos escombros! Anos de treino, exercícios e formação... Não há melhor recompensa! De coração cheio e com um orgulho sem tamanho”, escreveu Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Proteção Civil, na sua conta na rede social Twitter.

“É uma emoção muito grande para nós. Isto é o corolário daquilo que estamos a fazer aqui, da entrega dos operacionais e vamos continuar o nosso trabalho, que é salvar vidas”, disse à agência Lusa José Guilherme, o comandante da missão portuguesa na Turquia

Durante tarde, ainda antes de se ter dado o resgate, José Guilherme admitia alguma frustração à Lusa face aos vários dias de trabalho sem sucesso, mas garantia que a esperança nunca iria morrer “até à hora de desmobilização” dos operacionais que estão em Antáquia.

O rapaz de dez anos foi encontrado na baixa de Antáquia, no setor que tinha sido atribuído aos operacionais portugueses e onde já trabalhavam há vários dias, com recurso a cães.

Segundo José Guilherme, a equipa foi alertada por populares que teriam ouvido algum som de um prédio que estava parcialmente destruído.

As equipas cinotécnicas foram acionadas e os cães deram sinal de que haveria alguém com vida, por debaixo dos escombros.

“Depois, foi trabalho de equipa, perceber os sons que se ouviam, se seriam de alguém, fazer furação e chegar o mais perto possível da criança para se ter a confirmação de que estaria um ser humano vivo”, explicou.

O rapaz estava numa bolsa por entre os escombros do edifício, tendo conseguido ter sempre um tradutor a falar com ele.

As operações de resgate demoraram um total de três horas e meia, acrescentou José Guilherme.

“Acabou por acontecer um milagre, porque a esperança é a última a morrer e cá vamos continuar, à espera de salvarmos mais pessoas”, frisou o comandante da missão portuguesa.

A Síria e a Turquia foram atingidas, na madrugada de segunda-feira, por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5, que causou 25 mil mortos.

A equipa portuguesa, que se divide entre membros da Proteção Civil, GNR e INEM, vai verificando ruínas, à procura de sinais de vida, com a preciosa ajuda de Red, Agra e Síria, três cães que conseguem entrar dentro dos escombros das casas e ladrar, caso encontrem alguém vivo.

Os 52 operacionais no local estão divididos em duas equipas que fazem turnos de cerca de 12 horas, trabalhando 24 sobre 24 horas no apoio aos esforços de busca e salvamento, desde o dia que chegaram, quarta-feira, a Antáquia, no sudeste da Turquia.

A Síria e a Turquia foram atingidas, na madrugada de segunda-feira, por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.

O número de mortos provocados pelos devastadores sismos que atingiram a Turquia e a Síria, ascende aos 25 mil, dos quais quase 22 mil foram contabilizados apenas em território turco, segundo a agência Efe.

(Notícia atualizada às 22h13)