Na sexta-feira, o Parlamento regional catalão aprovou uma resolução na qual se declarava a independência da região e, horas depois, o governo em Madrid anunciou as medidas ao abrigo da Constituição (artigo 155.º) para repor a legalidade na Catalunha: destituição de todo o governo regional, dissolução do parlamento regional e convocação de eleições autonómicas para 21 de dezembro, entre outras.

O porta-voz da Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) anunciou hoje que o partido "vai encontrar forma de participar" nas eleições autonómicas de 21 de dezembro convocadas pelo governo em Madrid, ainda que as considere "ilegítimas".

"As urnas não nos dão medo", disse Sergi Sabrià após uma reunião da Comissão permanente nacional da ERC.

O dirigente da esquerda republicana catalã reafirmou a posição do partido de que as instituições catalãs "foram ocupadas de forma ilegal".

Sergi Sabrià qualificou a aplicação do artigo 155.º de "golpe de estado", mas justificou a ida do partido às urnas: "É preciso preservar esta república frágil e, ao mesmo tempo, rejeitar a usurpação que pressupõe" a intervenção do governo central na autonomia.

A ERC considera que a Catalunha já é uma república independente de Espanha, na sequência da aprovação no parlamento regional da Declaração Unilateral de Independência, que, no entanto, não foi reconhecida pelos Estados europeus, pelas instituições comunitárias, pela ONU, pela NATO, pelos Estados Unidos ou pela Rússia.

Já a coordenadora-geral do Partido Democrata Europeu da Catalunha (PDeCAT), Marta Pascal, explicou hoje que o partido a que pertence Carles Puigdemont - destituído na sexta-feira do cargo de presidente regional catalão - vai a eleições para enfrentar uma aplicação "miserável" do artículo 155.º.

Também Marta Pascal não explicou que fórmula vai o partido encontrar para concorrer, nomeadamente se vai fazer uma coligação com as outras formações independentistas.

Nas autonómicas antecipadas de 27 de setembro de 2015, o atual PDeCAT (na altura chamado Convergência Democrática da Catalunha, anteriormente conhecida como Convergência e União, CiU) foi a votos coligada com a ERC, numa plataforma conhecida como Junts pel Sí (JxSi, Juntos pelo Sim).

Marta Pascal, que falava no final da reunião do Comité Nacional do partido, disse que a ideia é "defender as instituições catalãs".

"Não temos medo das urnas, Mariano Rajoy. Lá nos veremos", desafiou.

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