Em conferência de imprensa, minutos depois de aterrar em Istambul, o presidente turco classificou a tentativa de golpe militar como “uma traição”.
A "tentativa de golpe foi realizada por um grupo minoritário das Forças Armadas”, disse, acrescentando que os golpistas atacaram “a unidade da Turquia”.
“Os revoltosos vão pagar um preço elevado. Há um Governo e um Presidente eleitos”, reforçou.
Presidente turco, que foi recebido com entusiasmo em Istambul, disse ainda que vai fazer uma "limpeza" nas instituições militares.
Esta sexta-feira, 15 de julho, um grupo de militares do Exército anunciou ter assumido o poder, provocando uma onda de violência que deixou 17 polícias mortos e vários civis feridos na madrugada deste sábado, em Ancara e em Istambul.
A agência oficial Anatólia informou que o Parlamento turco, em Ancara, foi bombardeado na madrugada de sábado, sem dar mais detalhes sobre o ataque, realizado por aviões. O correspondente da AFP na capital turca ouviu uma violenta explosão e rajadas de metralhadora na zona do Parlamento.
Apesar do ataque ao Parlamento, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou horas depois que "esta iniciativa idiota fracassou" e a que situação estava "amplamente sob controlo". As declarações do primeiro-ministro ao canal NTV seguiram-se a um comunicado dos serviços de Inteligência turcos sobre o "retorno à normalidade".
Na capital, Ancara, dezessete polícias foram mortos no quartel-general das forças especiais do Exército, revelou a agência oficial Anatólia, sem dar detalhes. Ainda na capital turca, um caça F-16 da Força Aérea derrubou um helicóptero Sikorsky das forças "golpistas", informou uma fonte ligada à presidência.
Em Istambul, os militares golpistas abriram fogo contra uma multidão durante um protesto contra a tentativa de golpe, ferindo vários civis, constatou um fotógrafo da AFP. Os soldados atiraram contra a multidão numa das pontes sobre o Bósforo, que une Europa à Ásia.
Esta sexta-feira, Erdogan apareceu na televisão com o rosto pálido e visivelmente preocupado, para denunciar "a sublevação de uma minoria do Exército", e exortou os turcos a "ocupar as praças públicas e aeroportos" para resistir à tentativa de golpe.
Em declarações por telefone à rede CNN-Turk, Erdogan disse estar confiante no insucesso do golpe, e pediu à população para se "reunir nas praças públicas e nos aeroportos" para resistir a uma "tentativa de golpe de Estado" lançada por "uma minoria dentro do Exército". E as pessoas atenderam ao chamado do presidente.
No início do movimento, o primeiro-minitro Binali Yildirim denunciou o que chamou de uma "tentativa ilegal" de ação por parte de elementos do Exército turco, depois da ocupação de pontos estratégicos em Istambul pelos militares. "Aqueles que participam deste ato ilegal vão pagar um preço alto", prometeu.
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