“Estes traidores conseguiram escapar à justiça turca graças aos que os protegem. Partiram sem prestar contas do sangue dos mártires, mas não escaparão à justiça divina”, declarou o Presidente turco.
O chefe de Estado turco já pedia há muito tempo a extradição do pregador, que vive nos EUA desde 1999, acusado por Ancara de planear uma tentativa de golpe de Estado na Turquia em julho de 2016.
“Sabemos que o julgamento de Alá é severo. Sabemos que serão exigidas indemnizações a estes traidores pelos danos que causaram ao nosso país”, disse Erdogan aos representantes do seu conservador e islamista Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP).
“Vamos continuar a nossa luta contra o Fetö [acrónimo depreciativo utilizado por Ancara para se referir ao movimento gulenista]. Estaremos nas costas da matilha de hienas do Fetö, na Turquia ou nas partes mais remotas do mundo”, afirmou.
Fethullah Gulen, que morreu no domingo na Pensilvânia (EUA), aos 83 anos, foi, antes de se tornar inimigo declarado de Ancara, um valioso aliado de Recep Tayyip Erdogan, que aproveitou o movimento gulenista nos anos 2000 para consolidar o seu poder.
O entendimento cordial entre os dois homens, enfraquecido a partir de 2010, foi abalado quando um escândalo de corrupção, em 2013, expôs pessoas próximas de Erdogan, então primeiro-ministro.
No exílio, o antigo aliado de Erdogan escapou ao regime de Ancara durante quase 15 anos, sendo sempre acusado pelo Governo turco por atos de “terrorismo”.
A Turquia retirou a nacionalidade turca a Fethullah Gulen em 2017.
Inspirador do movimento Gulen, também conhecido por “Hizmet” (“Serviço” em língua turca), desenvolveu uma vasta rede de escolas em todo o mundo.
Após a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho de 2016, as autoridades turcas lançaram purgas e perseguições junto do movimento de Gulen e que ainda prosseguem em menor escala.
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