“Rejeitamos o discurso de ódio contra os refugiados, a hostilidade aos muçulmanos, a xenofobia e a ideologia neonazi que se enraizou nos países ocidentais e que se espalhou para outras sociedades”, disse Erdogan, durante um discurso no Dia Mundial do Refugiado.

O Presidente turco disse que os ocidentais “não reconhecem ninguém fora da sua própria raça, cultura e credo” e representam uma ameaça para o futuro da humanidade.

Erdogan acrescentou afirmou que essa “mentalidade arrogante” tem as suas raízes no colonialismo, classificando o naufrágio de um barco de pesca com centenas de migrantes, que naufragou na passada semana no mar Jónico como “o exemplo mais recente e vergonhoso disso mesmo”.

O número de migrantes mortos naquele naufrágio subiu na segunda-feira para 81, depois de mais três corpos terem sido recuperados na zona da tragédia, ocorrida no sudoeste da península do Peloponeso na madrugada de quarta-feira da passada semana.

A embarcação, com cerca de 700 pessoas a bordo, deixou o Egito, parou no leste da Líbia, onde os migrantes embarcaram, e depois seguiu para Itália.

Erdogan apelou à comunidade internacional e aos países que “pregam os direitos humanos a todos menos a si próprios” para que assumam a responsabilidade e eliminem as condições que causam deslocação forçada de migrantes.

A Turquia acolheu cerca de 3,5 milhões de refugiados da guerra civil síria, embora o Governo tenha planos de começar a repatriá-los e esteja a negociar há meses uma reaproximação diplomática com o regime do Presidente da Síria, Bashar Al Asad.