Na véspera da cimeira, o porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, disse que Ancara iria pressionar para que fossem dados passos claros para resolver politicamente a guerra desencadeada em 2011.

Objetivo da Turquia, que apoia grupos rebeldes sírios, é igualmente a preservação do acordo que assinou a 17 de setembro com a Rússia, aliada do Presidente sírio, Bashar al-Assad, para a criação de uma zona desmilitarizada, separando os territórios dos insurgentes em Idlib dos setores vizinhos controlados por Damasco e cuja aplicação continua incerta.

Kalin disse ainda que a Turquia espera que os quatro líderes acordem a criação de uma comissão para redigir uma nova Constituição para a Síria.

Segundo a Presidência francesa, Macron falou na sexta-feira ao telefone com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para coordenarem posições antes da cimeira de Istambul.

“Os Estados Unidos e a França partilham os mesmos objetivos a nível de segurança, humanitários e políticos na Síria e o Presidente norte-americano pediu ao Presidente da República para apresentar essa posição comum na cimeira de Istambul”, indicou o Eliseu num comunicado.

A Presidência francesa recordou que a prioridade da França é garantir a continuação do cessar-fogo na região de Idlib e aprofundar as discussões relativas ao processo político para resolver a guerra na Síria.

Paris também quer avançar na criação de um comité constitucional, composto por igual número de representantes do regime, da oposição e de independentes.

“Esperamos que sábado haja uma decisão clara tomada pelos quatro dirigentes para dizer que este comité deve ser patrocinado pela ONU e que ele possa realizar a sua primeira reunião em Genebra nas próximas semanas, até ao final do ano”, refere o comunicado do Eliseu.

Quando confirmou a presença de Vladimir Putin na cimeira, o Kremlin indicou que as discussões deveriam ser sobre o modo “de fazer avançar o processo político na Síria, assim como sobre outras medidas suscetíveis de reforçar a segurança e a estabilidade e de criar as condições propícias ao regresso dos refugiados”.

Uma porta-voz de Angela Merkel, Martina Fietz, disse a semana passada que a chanceler “quer (…) trabalhar num processo de estabilização da Síria e vê na Rússia, enquanto aliado do regime de Assad, um parceiro que têm uma responsabilidade particular”.

A cimeira permitirá discutir “a continuação do processo político, sob égide da ONU, em particular o início dos trabalhos de uma comissão sobre a Constituição”, segundo Berlim.

A guerra da Síria já matou mais de 360.000 pessoas e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.

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Lusa/fim