Winterkorn, que falava hoje na comissão de investigação criada no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão) para estudar o escândalo, leu aos deputados uma declaração na qual sublinha que assumiu a responsabilidade ao demitir-se e que foi a decisão “mais difícil” da sua vida, depois de mais de 30 anos na Volkswagen.
O ex-presidente do grupo afirmou que entende que haja muitas perguntas sobre quem foi o responsável e sobre como pode ter ocorrido algo assim numa empresa tão organizada como a Volkswagen, algo que o próprio também se questiona e não consegue explicar.
Aos que defendem que como presidente tinha que saber de tudo, Winterkorn assegurou que não foi o caso e sublinhou que os seus antigos colegas sabem como teria reagido se tivesse tido consciência da dimensão do assunto.
Neste contexto, Wintenkorn sublinhou que nunca teve a impressão de que as pessoas tivessem problemas para lhe dizerem as coisas com clareza ou para o informar sobre questões incómodas.
Depois de assumir que o denominado “caso ‘diesel'” estará sempre associado ao seu nome, o antigo presidente da Volkswagen disse aos deputados que algumas das perguntas poderiam ficar sem resposta para preservar a investigação do Ministério Público alemã.
Perante as sucessivas informações publicadas nos meios de comunicação alemães sobre a implicação de Winterkorn no escândalo, em março do ano passado a Volkswagen explicou que, em maio de 2014, foi deixada uma nota ao então presidente para o avisar da existência de irregularidades.
Contudo, a companhia também clarificou que não é seguro que Winterkorn tenha recebido aquela informação.
Winterkorn sustentou hoje que só teve conhecimento pleno do problema em 18 de setembro de 2015. Quatro dias depois, a 22 de setembro, informou o governo alemão, numa conversa telefónica ao telefone, com a chanceler Angela Merkel.
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