As aulas no centro Laerskool Schweizer-Reneke, no nordeste da África do Sul, foram suspensas na quinta-feira e a escola permanece hoje fechada, enquanto as autoridades locais investigam o incidente.
A fotografia tornou-se viral e gerou uma onda de indignação na sociedade sul-africana, que durante mais de 40 anos viveu sob o regime segregacionista do “apartheid”.
A imagem, tirada durante o primeiro dia de aulas de janeiro, mostra cerca de duas dezenas de crianças brancas sentadas numa mesa comum e quatro crianças negras sentadas numa mesa menor, separada.
A fotografia foi compartilhada com os pais, num grupo de mensagens, pelo próprio professor responsável pela turma, cuja identidade não foi divulgada, mas que as autoridades adiantaram ter sido suspenso.
Os alunos têm idades entre os cinco e os seis anos e, após a polémica, a escola alegou que a divisão tinha sido em função dos alunos que sabiam falar africânder (língua falada pelos descendentes dos colonizadores europeus).
Os pais dos alunos separados e a comunidade negra asseguram, no entanto, que o racismo está fortemente enraizado naquela zona.
“Só vi mensagens de pais brancos a agradecer o envio da foto. Ninguém dizia nada sobre a separação dos alunos”, contou ao portal sul-africano Times a mãe de uma das crianças.
O ministro da Educação provincial, Sello Lehari, visitou a escola na sequência da contestação, que levou pais e comunidade a manifestarem-se em frente ao centro escolar.
“Pela informação que recebi na reunião, parece que há aqui muitos casos de racismo. Vamos criar uma equipa para investigar todas as escolas da região e lidar com as questões do racismo globalmente”, disse, no final da visita.
Mais de um quarto de século depois da democratização da África do Sul, o passado de segregação racial continua presente em vários setores da sociedade e o racismo é um tema extremamente sensível.
O regime segregacionista do “apartheid” manteve oficialmente a maioria negra do país submetida ao domínio de uma minoria branca entre 1948 e 1994.
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