Segundo a sentença de declaração de insolvência, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a 03 de setembro de 2020, o Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia declarou a empresa Samuel Alves Pinto Filhos, proprietária destas escolas, insolvente, devido a dívidas elevadas a vários credores, entre os quais estão uma financeira e o Instituto da Segurança Social.

Numa publicação feita na segunda-feira, a Escolas Condução “A Desportiva” explicou na sua página de Facebook que, na sequência da Assembleia de Credores realizada a 17 de dezembro de 2020, “e embora não tenha havido ainda decisão de encerramento definitivo”, com “o despedimento dos funcionários”, deixaram “de existir as condições mínimas para a laboração”.

Nesse sentido, comunicou que procedeu ao encerramento “de todos os estabelecimentos”.

A mesma publicação dizia que todas as questões relacionadas com os candidatos em formação deviam ser enviadas para reclamacoes@adesportiva.pt, comprometendo-se a que as mesmas seriam tratadas pela administradora de insolvência, nomeada pelo tribunal.

A Lusa tentou contactar ao longo do dia de hoje a administradora judicial, mas, até ao momento, não foi possível falar com Cristina Maria Peres Filipe Nogueira.

A Lusa também tentou telefonar as escolas de condução do Porto, de Vila Nova de Gaia, de Espinho e de Santo Tirso, mas os telefones estão desligados.

A Lusa questionou o IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes, que não respondeu até ao momento.

Os alunos das várias escolas criaram no Facebook o grupo “Lesados da Escola de Condução [a]Desportiva”, que às 17:00 de hoje, em menos de 24 horas, contava já com mais de 430 membros e centenas de comentários a dar conta de que foram “burlados e enganados”, pois, dizem, pagaram a carta, mas que não a vão receber.

Ana Silva, uma das lesadas, conta à Lusa que deve haver cerca de uma centena de alunos afetados, denunciando que a escola de condução continuou a aceitar inscrições para exames, mesmo após a declaração de insolvência.

Uma carta a pronto pagamento, custava cerca de 600 euros. Caso os alunos optassem por pagar em prestações, o valor subia para mais de 700 euros, disse.