O estudo do Ministério do Ambiente de Espanha, das regiões autónomas da Galiza, Castela e Leão, Astúrias e Cantábria e do Instituto de Investigação em Recursos Cinegéticos espanhol seguiu uma metodologia de recolha de amostras genéticas (pelos e excrementos) num território de 16.700 quilómetros quadrados, cujas informações eram depois cruzadas numa base de ADN.
A conclusão foi que existem cerca de 370 ursos pardos na cordilheira cantábrica, que se estende por mais de 400 quilómetros pelo norte de Espanha, entre a Galiza e o País Basco.
Os números revelam uma consolidação da população destes animais na metade ocidental da cordilheira em relação às estimativas anteriores (250 ursos), mas um aumento na parte oriental, de 50 para 120.
Foi precisamente neste lado oriental da cordilheira que os ursos pardos estiveram mais próximos da extinção na década de 1980, por causa da forma como a atividade humana invadiu os habitats destes animais, como aconteceu, por exemplo, com a construção de autoestradas.
Mas no passado, os ursos foram também caçados, abatidos ou envenenados ilegalmente, por serem considerados perigosos pelas populações.
Os responsáveis pelas pastas do Ambiente dos quatro governos regionais disseram hoje, durante a apresentação dos resultados do estudo na cidade de Leão, que é necessário continuar a trabalhar de forma ativa e coordenada na coexistência do urso pardo com as atividades humanas através da “adequada compensação dos danos provocados” por estes animais, quando se aproximam de contextos urbanos ou de explorações agrícolas, por exemplo.
Pelo executivo de Cantábria, António Lucio sublinhou ainda que apesar dos números “magníficos” hoje divulgados, o urso pardo continua em perigo de extinção na Península Ibérica e é preciso continuar a trabalhar na conservação desta população de animais.
Na Península Ibérica há ainda ursos nos Pirenéus, na fronteira de Espanha com França, com uma população estimada de 70 animais. Neste caso, os ursos estiveram também próximos a extinção e a sua conservação teve de ser feita com a reintrodução de animais trazidos de outras regiões em meados da década de 1996.
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