As medidas recentes de combate à pandemia, em Portugal, chegaram esta sexta-feira à primeira página de um dos jornais espanhóis com maior distribuição. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) já veio desmentir a notícia.

"O título da primeira página do El País de hoje (“Portugal ordena o confinamento de 3 milhões de lisboetas”) é totalmente falso", esclarece o MNE em comunicado.

"Pelo contrário, a grande parte da Área Metropolitana de Lisboa (com a exceção de 19 freguesias, das 118 freguesias da AML) passou a uma nova fase de desconfinamento" — isto é, do estado de calamidade  para o estado de contingência.

Na nota, o ministério de Augusto Santos Silva lamenta" profundamente que um jornal com o prestígio e a responsabilidade do El Pais publique uma tal falsidade. E espera que possa fazer a correção devida com a urgência e a publicidade que essa falsidade exige".

Contrariamente ao título na primeira página e ao título da notícia em si – “Portugal reconfina a Grande Lisboa por aumento dos contágios” -, o texto do El País distingue as medidas aplicadas a 19 freguesias da AML das restantes 99.

“O Governo decretou ontem [quinta-feira] o estado de calamidade – o mais alto - em 19 bairros da Grande Lisboa onde vivem cerca de 920.000 pessoas e o estado de contingência às cidades que a rodeiam – a Área Metropolitana de Lisboa, conhecida como Grande Lisboa, habitada por 3 milhões de pessoas”, lê-se na notícia.

E é em relação aos 19 municípios que o texto refere “uma repetição das medidas de março e abril para todo o país”, apontando “o ‘dever cívico’ de permanecer em casa salvo para compras ou deslocar-se para o trabalho”.

Governo anunciou esta quinta-feira que Portugal vai estar, a partir de 1 julho, dividido em três níveis de alerta para fazer face à pandemia de covid-19, passando a maior parte do país para situação de alerta, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa para situação de contingência (nível intermédio) e 19 freguesias da AML mantêm o estado de calamidade.

Os habitantes dessas freguesias vão voltar, a partir da próxima quarta-feira, a ter o dever cívico de recolhimento. Só devem sair de casa para trabalhar, fazer compras e fazer exercício. Para além disso, os ajuntamentos nestas freguesias dos concelhos de Amadora, Odivelas, Loures, Sinta e Lisboa ficam limitados a cinco pessoas.

A situação de alerta, aquela em que o país se encontrava antes de ser decretado o estado de emergência em 18 de março, é o nível mais baixo de intervenção previsto na Lei de Bases de Proteção Civil, depois da situação de contingência e de calamidade (mais elevado).