A moção, intitulada "Recuperar o futuro", foi anunciada na sexta-feira pela líder do CDS, Assunção Cristas, e justificada com “o esgotamento” do executivo, “incapaz de encontrar soluções” para o país e de só estar a pensar “nas próximas eleições”.

Nesse dia, e em menos de duas horas, até cerca das 18:00, os partidos de esquerda clarificaram posições no parlamento, com críticas aos partidos de centro-direita.

Pelo PCP, o líder parlamentar, João Oliveira, anunciou que os comunistas votarão contra a moção de censura, considerando que a iniciativa é "uma encenação" motivada pela disputa do espaço político à direita.

“Trata-se de uma encenação do CDS motivada pela disputa do espaço político com o PSD e à direita e naturalmente o PCP não se vai envolver”, argumentou.

Pedro Filipe Soares, líder da bancada do BE, acusou o CDS-PP de utilizar a moção de censura “para campanha eleitoral” e anunciou, desde logo, que os bloquistas votam contra.

“Esta moção de censura tem mais a ver com o estado da direita e a disputa eleitoral dentro desse estado da direita, do que com a realidade concreta do país”, disse.

"Os Verdes" decidiram o seu voto contra no fim de semana, numa reunião do conselho nacional, justificado com o facto de o partido considerar que a iniciativa tem “uma forte componente eleitoralista”.

O PS, partido do Governo, votará, naturalmente, contra, anunciou Carlos César, líder parlamentar socialista.

"Esta moção de censura nem sequer é um fator de instabilidade política no país, é um fator de disputa e de instabilidade na política portuguesa, e esse é um assunto que não nos diz respeito”, afirmou, acrescentando ser "uma iniciativa que olha de lado o PSD".

E o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, referiu-se, no sábado, à moção como "um nado morto".

A última moção de censura a ser discutida no parlamento foi também apresentada pelo CDS há ano e meio, em 24 de outubro de 2017, centrada nas falhas do Estado no combate aos grandes incêndios desse ano. Foi rejeitada com 122 votos contra, do PS, PCP, BE, PEV e do deputado do PAN, e 105 votos favoráveis, do CDS-PP e do PSD.

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