“Pese embora a IP esteja a avaliar a situação, a localização do referido equipamento é necessária para assegurar a devida monitorização dos azulejos, estando prevista a sua retirada no final das obras, previsivelmente em 2024”, pode ler-se numa resposta enviada por fonte oficial da DGPC à Lusa, que questionou se seria viável colocar o tensímetro noutro local.
Em causa está a colocação de tensímetros utilizados para medir os impactos que as obras da construção da nova linha Rosa do Metro do Porto, entre São Bento e Casa da Música, podem causar nos azulejos da estação de São Bento, imóvel classificado e integrado no Centro Histórico do Porto, património mundial da UNESCO.
“Tanto quanto foi possível apurar junto da IP, excluindo o impacto visual de caráter temporário, não haverá qualquer risco físico para os painéis azulejares, aquando da retirada do tensímetro em questão”, refere a DGPC.
Quando questionada acerca de uma tomada de decisão relativamente ao aparelho, a entidade tutelada pelo Ministério da Cultura refere que “a DGPC e a DRCN [Direção Regional de Cultura do Norte] não foram consultadas pela IP relativamente à fixação do tensímetro em questão, pelo que, de momento, não existe qualquer tomada de posição por parte desta Direção-Geral”.
“Em função das denúncias remetidas junto da DRCN, foi contactada a IP que, informalmente, esclareceu acerca da relevância da localização do referido equipamento no local e que a sua colocação foi executada com sistemas de fixação adequados, sem quaisquer riscos para os azulejos”, acrescenta a DGPC na resposta à Lusa.
No entanto, fonte oficial da entidade adiciona ainda que, “tratando-se de um imóvel de singular valor patrimonial, a DRCN solicitou formalmente os devidos esclarecimentos sobre a situação, aguardando-se, nesta data, a posição formal da IP”.
A DGPC refere ainda que, no âmbito das obras do metro, “foi exigida ao promotor da obra a devida monitorização dos imóveis de maior valor patrimonial, onde se incluiu a Estação de São Bento”.
Assim, a IP, “assessorada pela Faculdade de Engenharia do Porto [FEUP], fixou no imóvel classificado um conjunto de tensímetros nas áreas mais sensíveis do ponto de vista estrutural e de património integrado, incluindo as referidas paredes revestidas com os painéis azulejares”, segundo a DGPC.
Numa resposta anterior enviada à Lusa, fonte oficial da IP indicou que os tensímetros “estão a ser monitorizados pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, por solicitação da Metro do Porto”.
“É competência da Metro do Porto, enquanto entidade responsável pelo projeto de monitorização, a submissão da informação à DGPC. É do conhecimento da IP que esta informação se verificou”, disse a empresa pública de infraestruturas à Lusa.
Já fonte oficial da Metro do Porto referiu à Lusa que não prestou informação à DGPC e apenas comunica com os respetivos donos dos edifícios em intervenções deste tipo (no caso da estação de São Bento, a IP), estando sempre disponível para prestar mais informações.
A mesma fonte da Metro confirmou ainda que foi solicitado um relatório à FEUP acerca da intervenção, tendo sido reencaminhado para a IP.
No dia 07 de março, a IP deu por concluída a intervenção na estação ferroviária de São Bento, no Porto, um investimento de 402 mil euros acompanhado pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).
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